Pelo menos 37 pessoas morreram, ano passado, no distrito de Guro, província central moçambicana de Manica, vítimas de mordeduras de serpentes.
Por outro lado, o “Noticias” refere que um total de 32 pessoas foram atendidas, este ano, em diversas unidades sanitárias daquele distrito na sequência de ferimentos graves e envenenamentos causados pelas serpentes.
A Administradora local, Deolinda Bengula, diz que os ataques de “mambas” e outras serpentes agudizaram-se no distrito, uma situação que tende a se expandir para outras regiões outrora não afectadas.
Os novos episódios de mordeduras de cobras registaram-se nos povoados de Sanga, Mupa e Guro-Sede. Para além de “mambas”, a administradora de Guro diz haver registo de ataques por cobras cuspideiras.
Os dados em referência, segundo a fonte, podem não espelhar a gravidade da situação uma vez que tais números são referentes às vítimas que se dirigiram às unidades sanitárias, sendo que os outros, que não o fizeram, não constam das estatísticas.
Deolinda Bengula afirmou que outrora este problema afectava, com maior incidência, a localidade sede e arredores de Nhamassonje e o interior de Nhacaduzuduzu, onde se registou o maior número de casos de óbitos, o que originou a iniciativa de fomento de gatos e mais tarde de porcos, considerados potenciais predadores de serpentes.
Segundo ela, com a introdução destes predadores, reduziu, significativamente, o ataque de cobras, em Nhamassonje, tendo, porém, o fenómeno expandido e agudizado em zonas que dantes não registavam nenhum destes casos.
Naquilo que constitui a primeira experiência de género, no país, mais de 20 gatos e um número não especificado de porcos foram introduzidos, em 2009, na região de Nhamassonje, distrito de Guro, em Manica, no âmbito do projecto de redução da população de serpentes venenosas que abundam naquele ponto do país.
A insuficiência de unidades sanitárias para a desintoxicação, aliada à alta nocividade das referidas cobras, são apontadas como sendo as principais razões que estão por detrás das mortes das pessoas mordidas pelas cobras.
Muitas das pessoas mortas, ou que sofreram ferimentos, por serpentes foram atacadas nas suas próprias casas, outras à procura de lenha, caça, produção agrícola e em defecação a céu aberto.