A Semana Nacional de Saúde, que decorre em todo o país, arrancou, esta segunda-feira (26), na cidade de Nampula, a meio gás. A reportagem do @Verdade fez uma ronda por algumas unidades sanitárias para verificar o decurso desta actividade que visa melhorar a saúde das crianças e das mulheres em idade reprodutiva.
Até por voltas das 12horas, constatamos, em alguns postos de saúde criados para atender à população, a ausência do material ou do equipamento que garantisse o decurso normal da campanha.
Centro de Saúde de Namicopo
No Centro de Saúde de Namicopo, até às 9horas ainda distribuía-se o equipamento necessário para o arranque das actividades. Os técnicos ainda não se encontravam nos postos de trabalho.
O substituto do director daquela unidade sanitária, Alberto Salvador, disse que a sua instituição não foi indicada uma meta por alcançar, mas fez-se uma planificação integrada à Direcção dos Serviços de Saúde da Cidade de Nampula.
Segundo explicou, a não indicação de metas deve-se ao facto de a população circunvizinha ter unidades sanitárias de sua preferência, o que podia fazer com que não aderissem àquele centro médico.
Contudo, considerou que apesar do ligeiro atraso verificado devido a questões organizacionais, a Semana Nacional de Saúde arrancou normalmente.
Refira-se que nesta campanha as crianças menores de cinco anos de idade serão desparasitadas com mebendazol, vacina anti-pólio, anti-tectánica e medidas contraceptivas para as mulheres, entre outros tratamentos.
Centro de Saúde 1º de Maio
No Centro de Saúde 1º de Maio o @Verdade apurou que o início tardio das actividades deveu-se à falta de equipamento e do pessoal médico.
A população, a principal beneficiária desta iniciativa liderada pelo Ministério da Saúde, também afluiu de forma fraca. O colectivo de direcção daquela unidade sanitária não quis falar à nossa reportagem. Todavia, algumas utentes manifestaram as suas sensibilidades em relação a campanha.
Atija Carmona, de 26 anos de idade, é residente do bairro de Carrupeia, arredores da cidade de Nampula. Ela disse a fraca adesão da população no primeiro dia da Semana Nacional de Saúde, naquele centro, deveu-se à fraca mobilização feita nas comunidades.
Entretanto, “nas primeiras horas (7horas) houve gente que se concentrou no hospital à espera do arranque da vacinação mas devido à demora dos agentes da saúde acabou se dispersando. Alguns foram para os hospitais mais próximos”, disse a nossa fonte.
A única unidade que registou uma significativa afluência foi o Centro de Muhala-Expansão, arredores desta cidade, se calhar por ter sido o hospital escolhido para acolher a cerimónia de abertura da Semana Nacional de Saúde.
As metas traçadas para Nampula
As autoridades do sector de saúde ao nível da província de Nampula garantiram que estão já criadas as condições para o arranque, esta segunda-feira (26), da segunda fase da Semana Nacional de Saúde, em todos os 21 distritos.
Serão implementadas, intensivamente, algumas intervenções de sobrevivência materna e infantil dirigidas a todas crianças menores de 5 anos de idade e a mulheres em idade fértil.
O sector de saúde desta região pretende ainda abranger um total de 794.781 pessoas para vacinação anti-pólio; 94.949 em planeamento familiar e 836.433 crianças para o tratamento massivo de Shistosomiase.
A médica chefe da Direcção Provincial de Saúde de Nampula, Munira Abubakar Abudou, disse que para o cumprimento das metas inicialmente estabelecidas serão mobilizados pouco mais de 2.867 pessoas entre técnicos, supervisores, mobilizadores e pessoal de apoio ao nível das comunidades.
Por outro lado, a fonte fez saber que para o tratamento de shistosomiase serão abrangidas crianças com as idades que variam entre 5 a 14 anos, acção que será realizada apenas em 14 distritos nomeadamente, Eráti, Memba, Nacala-porto, Nacala-a-Velha, Monapo, Mossuril, Ilha de Moçambique, Angoche, Moma e Mogovolas.