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SELO: Quem sabe sobre o processo de migração digital em Moçambique? – Por: Dércio Tsandzana

Finalmente, a população ficará mais informada sobre o processo da migração digital no que diz respeito à mudança do sinal analógico. Pretende-se alcançar este desiderato por via de um novo programa designado “Moçambique Digital”, que começou a ser exibido pela televisão pública, a Televisão de Moçambique (TVM).

Este é um programa de carácter semanal, no qual far-se-á a abordagem da problemática relacionada com a transição do sinal analógico para o digital e pretende-se informar o público sobre este importante processo de transformação tecnológica. É preciso recordar que este processo já devia ter acontecido há pelo menos três anos, pois o prazo para o chamado switch-off acordado internacionalmente passou no dia 17 de Junho deste ano sem que Moçambique tivesse sequer começado a implementação do projecto.

Moçambique assumiu um compromisso internacional de proceder à melhoria do sinal de transmissão televisiva, o que até hoje não aconteceu devido à desorganização interna do próprio Governo. Trata-se de um processo acompanhado pela escassez de informação e pelo secretismo em torno do mesmo. Somente a TVM será o órgão de comunicação social “autorizado” a divulgar tudo o que estiver relacionado com este assunto através de um programa denominado “Moçambique Digital”.

Por um lado, unicamente os telespectadores da TVM é que vão ser informados sobre o processo de “Moçambique Digital” e quem não assiste à televisão pública que se “lixe”. Pese embora vanglorie-se de ter representatividade em mais locais do país, sabemos que a televisão pública está num “marasmo” em termos de audiência. Ao não envolver-se as televisões privadas neste processo está-se a promover a exclusão e a limitar o acesso à informação.

Por outro, é preocupante a especulação e o desnivelamento de preços sobre as actuais provedoras dos serviços de televisão em sinal fechado. O chamado ‘’lixo electrónico’’ baseado na venda de televisores supostamente com dispositivos digitais (plasmas) a preços baixos é, também, outro aspecto a ter em conta. É que chegada a data do “apagão”, ou seja, da passagem definitiva para o sinal digital, pode acontecer que estes aparelhos não tenham dispositivos necessários para a conversão digital.

Não se pode continuar a ignorar os stakeholders e tentar fazer avançar um processo tão global e importante, o qual não devia ficar refém de uma comissão exclusivamente formada pelo sector público (TVM e empresa pública das comunicação e reguladora). Ninguém, até agora, pediu qualquer informação sobre o estágio da transição do sinal analógico para o digital.

Por: Dércio Tsandzana

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