O assunto é bastante preocupante e deve ser discutido no sentido de se evitar que um punhado de pessoas continue a encher os bolsos à custa do trabalho do povo e das empresas públicas. Se fosse feita uma auditoria, a pedido do ministro dos Transportes e Comunicações, nos centros de Inspecções Periódicas e Obrigatórias (IPO) de viaturas, diversas ilegalidades seriam detectadas, para além da péssima qualidade de serviços prestados aos utentes.
É altamente preocupante ver constituído efectivamente um monopólio de investimento privado, onde um cidadão estrangeiro de nome Carvalho, associado a um nacional, faz de algo que deveria servir o público um negócio de amigos.
Não é somente as irregularidades a que se assiste nos centros de inspecção de veículos que devem merecer atenção. O caso de chapas de inscrição idênticas também constitui prova de que a corrupção tende a enraizar-se no nosso país.
Outra situação que me preocupa tem a ver com os dados contidos no livrete do veículo. Já visitei vários centros inspecção pelo país e o facto que verifiquei é que no acto da inspecção não se procede à verificação do número do motor e da matrícula da viatura, apesar de ser obrigatório conferir e identificar o veículo. Além disso, tem havido erros de emissão nos próprios livretes, o que revela as deficiências do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER), o que poderiam ser detectados e corrigidos, caso se seguisse todo o procedimento durante a inspecção. Não obstante, os centros emitem certificados.
Por Carlos Sousa