O desenvolvimento humano não ocorre biologicamente. É um processo pedagógico que precisa ser mediado institucional e culturalmente, de tal forma que se assegure a formação do seu projecto de conduta. Neste sentido, tanto a educação formal quanto a informal reforçam-se mutuamente na construção de um Homem útil à sociedade a que pertence. Esta educação significa um meio de transmissão de hábitos, costumes e valores de uma sociedade entre os seus membros.
A educação, no entanto, é entendida como um processo de desenvolvimento da capacidade intelectual do ser humano. É um processo contínuo e permanente no qual o Homem adquire habilidades, conhecimentos, concepções, experiências, etc. que o tornam apto a agir individual e colectivamente na resolução de seus problemas.
Assim, a educação alimentar contribui para a proteção e promoção da saúde através de uma alimentação adequada e saudável, determinando o crescimento e desenvolvimento do ser humano conforme as políticas em alimentação e nutrição, contribuindo de maneira significativa no controlo da prevalência de doenças de origem alimentar e garante, sobremaneira, o desenvolvimento saudável do ser humano, devendo, por conta disso, ser controlado desde a gestação, primeiros dias de vida e durante a vida inteira.
Existe uma relação indissociável entre o estado nutricional da criança com a ocorrência da mobilidade e mortalidade. A amamentação ou o aleitamento ao peito tem uma influência positiva no estado nutricional da criança e, por conseguinte, contribui em grande escala na redução dos problemas de morbilidade e mortalidade infantil.
Em geral, uma nutrição inadequada (em qualidade e quantidade) está casualmente associada a origem de doenças (principalmente as de origem infecciosa) e fraco desenvolvimento das capacidades cognitivas.
O aleitamento materno é definido como um acto de nutrir a criança através de leite materno, envolvendo a interação profunda entre mãe e a criança, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua ?siologica e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.
No aleitamento materno exclusivo, o bebé é alimentado somente com leite materno, não recebe alimentos, água ou outros líquidos. É aquele que ocorre quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com excepção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. Em outras palavras, a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) e não consume um outro líquido diferente além de suplementos administrados ao nível da Unidade Sanitária, em casos prescritos pelo técnico de saúde para corrigir uma anomia ou para prevenir a sua ocorrência.
Algumas vantagens do aleitamento materno: fortalece o sistema de defesa do organismo da criança contra agentes causadores de doenças, reduzindo assim o índice de ocorrência de mortes infantis? previne a ocorrência de diarreias? diminui o risco de alergias? diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes? reduz a chance de desenvolvimento da obesidade? é de menor custo? mantem o vínculo afectivo entre a mãe e a criança.
O aleitamento materno predominante é aquele que ocorre quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais.
O aleitamento materno complementado ocorre quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. O início e a duração do aleitamento são factores que podem ter influência no desenvolvimento somático da criança.
O leite materno, nesse caso, possui propriedades fisiológicas importantes para a criança, dentre as quais se destaca a presença de anticorpos maternos importantes para a prevenção de infecções. Ademais, o aleitamento proporciona uma ligação afectiva entre a ame e a criança, conforme visto nas vantagens acima mencionadas, o que é importante para o seu desenvolvimento psicomotor. Pelo contrário, o uso de biberão apresenta um risco acrescido de transmissão de doenças, principalmente nas áreas rurais e suburbanas, onde os padrões de higiene não são consideravelmente apropriados (IDS, 2003).
Recomenda-se que as crianças sejam alimentadas de colotrum (primeiro leite do peito) imediatamente depois de nascerem e continuarem a ser alimentadas exclusivamente de leite de peito mesmo se o regime do mesmo não tiver começado a sair devidamente.
Nesse contexto, a alimentação exclusiva da criança é aconselhável ate aos seis meses de vida, altura em que se recomenda a introdução de alimentos suplementares tais como papas, frutas, sopas e outros alimentos semi-sólido e semi-líquidos. De acordo com a OMS e o MISAU, o aleitamento materno exclusivo deve ser dado a criança durante seis meses, podendo ser complementado a partir do sétimo mês ate aos dois anos de idade ou mais. No entanto, o desmame precoce constitui uma das principais causas da desnutrição.
O estado nutricional da criança é um factor determinante da sua vulnerabilidade a doenças. Portanto, o estado nutricional está aliado aos hábitos alimentares, costumes e prácticas alimentares e é negativamente influenciado por doenças que podem ocorrer ao longo dos primeiros dias de vida da mesma.
Ademais, a alimentação nos primeiros dias de vida tem uma grande importância npo desenvolvimento intelectual. Deste modo, os recém-nascidos que passam fome nos primeiros dias de vida (0-2 anos de vida), possuem um número de neurónios relativamente inferior ao de outras crianças com uma boa alimentação e, por sua vez, o volume do cérebro também fica diferente em virtude do acesso a alimentação.