Os profissionais de comunicação social deste país têm desempenhado um importantíssimo papel, seja na provisão de informações para colocar actualizada a nossa sociedade, seja para denunciar o que ocorre mal no nosso seio.
Através de vós ficamos a saber das diversas actividades que os nossos governantes levam a cabo para o bem dos seus governados. Ficamos, também, sensibilizados acerca dos nossos deveres, como pagar impostos e outras taxas, por exemplo. Sabemos, através de jornalistas, dos cuidados que devemos ter para evitar as doenças, prevenir as calamidades, bem como sobre os calendários de vacinação, das matrícula das crianças, e muito mais. Tudo isto é positivo e encorajamos que continuem trilhando por estes caminhos.
Nós, como moçambicanos, depositamos em vocês, jornalistas, a responsabilidade de levar as nossas preocupações aos nossos governantes e suas respectivas soluções para o nosso conhecimento. Confiamos a vocês a investigação e esclarecimentos dos assuntos que se mostram pouco compreensíveis para a sociedade.
Entretanto, apesar de muita coisa boa que tem sido feita por vocês, jornalistas, algo tem-nos preocupado bastante no vosso trabalho. Ficamos indignados quando, na maioria das vezes, os senhores preocupam-se somente em ser os primeiros a despoletarem casos de crimes e outros que abalam a nossa sociedade, sem nos darem a conhecer o devido desfecho.
Basta para os senhores colocarem a informação em primeira mão e nunca se preocupam em dar prosseguimento da investigação para que nos deixem claros a cerca do desfecho e todos outros contornos dos casos.
Tivemos os casos de assassinato de Gilles Cistac, depois de uma semana a ser mediatizado o caso, os jornalistas abandonaram e não se ouve nada em torno do assunto. O caso Kapise, depois de provada a existência de moçambicanos naquele país com estatuto de refugiados, vocês os jornalistas nunca trazem outros dados que mostram os reais motivos que terão causado a deslocação. Até agora o assunto encontra-se “morto” dentro dos meios de comunicação social. Estes e tantos outros casos que, por economia argumentativa, preferimos não mencionar, colocam-nos em dúvida acerca do papel que lhes confiamos.
O caso da descoberta da vala comum ou de cadáveres espalhados ao ar livre chocou com todos moçambicanos, e não só. Queríamos, que este caso não ficasse apenas naquela divulgação. Os senhores jornalistas devem seguir o caso até o último detalhe menos importante do assunto.
Queremos saber detalhadamente, quantos corpos são, sua identidade, os contornos da sua morte (inclusive data e local), e o mais importante ainda quem os matou.
Não queremos, tal como nos casos anteriormente mencionados, que o assunto termine por aqui. Prossigam com a investigação, queremos saber a verdade.
Por Delfim Anacleto
* Título da responsabilidade do @Verdade