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SELO: Ainda sobre a suposta crise no Desportivo de Maputo – Por Alcides Bazima

Adelino Xerinda, vice-presidente do Desportivo de Maputo, falou a alguns semanários da praça sobre as  despesas do clube “alvinegro”. Isto tudo, vem à tona a propósito da suposta crise que sufoca aquele clube histórico e que já deu muitas glórias à nossa pátria amada.

O Desportivo de Maputo não pagava salários, há três meses, aos seus atletas, facto que fez com que o treinador Dário Monteiro colocasse a “boca no trombone”, chegando a afirmar que nem sabia se os seus jogadores comiam nas suas casas. Esta declaração não foi acolhida de ânimo leve pelos adeptos e simpatizantes que acabaram por oferecer um cabaz (saco de bata e dois litros de óleo) aos seus atletas após a vitória frente ao Chibuto FC, no Estádio Nacional do Zimpeto, numa das partidas do Moçambola.

Esta crise vem desde os tempos de Antero Cambaco como treinador, até hoje, com o Dário Monteiro. Este último, que acabou explodindo por já não aguentar trabalhar com esfomeados e sob imensa pressão. O presidente Grispos, agora tido como desaparecido, é o procurado e acusado pelos adeptos pela crise que apoquenta o clube. Mas, segundo o seu vice, Adelino Xerinda, no semanário desportivo Desafio, ele encontra-se fora do país em missão de serviço. Num outro órgão, desta feita, no Savana, este dirigente tenta justificar a crise “alvi-negra”.

Ele diz que o clube tem muitas despesas, pois movimenta cinco modalidades, nomeadamente futebol, basquetebol, hóquei em patins, andebol e atletismo. Avança que o clube recebe dos parceiros, um total de oito milhões e trezentos mil meticais que são gastos, por ano, no pagamento de salários. Adelino Xerinda diz ainda que, o clube, paga cinco mil meticais, por dia, ao Costa do Sol de aluguer de campo. Sete mil e quinhentos meticais, por dia, para o uso do campo do 1º de Maio, trinta e cinco mil meticais, no Estádio Nacional de Zimpeto, para um treino e utilização no dia de jogo.

O clube paga também um simbólico, segundo o dirigente, no campo da Texlom para a sua manutenção e paga um certo valor na utilização do campo do Cape Cape, localizado, no bairro do Chamanculo, onde jogam as camadas jovens.

Como se pode constatar, o número dois do Grupo Desportivo de Maputo, não especifica os valores envolvidos no pagamento dos últimos dois campos, embora, consta-me que para o caso de Cape Cape, apesar do seu estado lastimável os “alvinegros” pagam, não se sabe a quem, dez mil meticais.

Ele confirma a entrada de valores dos patrocinadores, mas o clube continua a dever salários. Se há défice no pagamento destes salários, porque mantém estas modalidades, sabendo que não vão aguentar  com as despesas?

Porque avançaram na construção do campo em Marracuene, sabendo que o clube não está estável? Isso é o mesmo que dizer, “estamos em obras, por isso, em casa não se come”… Para mim, Xerinda foi infeliz. Não se explica que um clube do gabarito do Desportivo, com os parceiros que tem e que ajudam nas despesas salariais, continuem a matar muitas famílias de fome.

Onde está o lucro da venda do Mexer e  Geraldo? Qual é o paradeiro dos montantes envolvidos na venda da equipa de basquetebol feminino? Afinal, onde está a verba da venda do antigo campo e da venda da equipa de basquetebol feminino à Liga Desportiva de Maputo? Mais não disse.

Por Alcides Bazima

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