O ex-comissário da polícia sul-africana, Jackie Selebi, foi condenado a 15 anos de prisão por crimes de corrupção. Na leitura da sentença, o juiz disse ser importante que os tribunais enviassem uma mensagem inequívoca de que a corrupção não será tolerada.
Selebi, antigo presidente da Interpol, foi condenado no mês de Julho por aceitar subornos de um narcotraficante. Glenn Agliotti, um narcotraficante conhecido, pagou 1,2 milhão de rands (cerca de 165 mil dólares) a Selebi para que o chefe da polícia ignorasse o seu negócio. Selebi é o funcionário governamental mais destacado a ser condenado por corrupção na África do Sul, e uma figura com ligações próximas ao partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC).
Jackie Selebi, hoje com 60 anos de idade, chegou também a presidir à Liga da Juventude do ANC, passou pelas Nações Unidas como representante da África do Sul e foi um aliado próximo do ex-presidente Thabo Mbeki. “A queda do acusado deverá tratar-se de uma das maiores na história do nosso sistema judicial”, afirmou o seu advogado de defesa, Jaap Cilliers, durante uma audição na segunda-feira.
A equipa de defesa de Selebi apelou ao juiz que considerasse a aplicação de um termo de prisão com pena suspensa e uma multa. “Não se trata da queda de um anjo. Um anjo em queda admite os erros que cometeu”, disse Gerrie Nel, da acusação.
Durante o julgamento foram ouvidos testemunhos de como Selebi gastou milhares de dólares em compras financiadas com o dinheiro pago por Agliotti. O narcotraficante, que aceitou prestar testemunho contra Selebi em troca de imunidade a acusações de suborno, está neste momento a ser julgado por ter alegadamente assassinado um magnata do sector mineiro.
