Cerca de seis milhões de dólares norte americanos serão investidos no sector de caju, em Nampula, nos próximos dois anos, no apoio às actividades de fomento daquela cultura baseada em técnicas da República do Vietname, que está, neste momento, a registar progressos assinaláveis na produção da cultura, bem assim como para implantação de duas novas fábricas de processamento.
Estes dados foram revelados por Ujwalkanta Senapati, director geral da Olam Moçambique, por ocasião da visita de representantes de quarenta países produtores e consumidores da castanha de caju que, esta semana, visitaram a fábrica de descasque daquela que é considerada a maior empresa do sector e que emprega maior número de mão de obra no país.
Na ocasião, a fonte explicou que quatro milhões de dólares norte americanos serão investidos na adopção e transferência de tecnologia do Vietname para os produtores de castanha de caju nos distritos de Monapo, Murrupula e Ribáuè.
O valor será, ainda, investido na multiplicação e distribuição de mudas de cajueiro tolerante à doenças e pragas que afectam a produção de castanha.
Os restantes dois milhões de dólares serão investidos na compra de equipamento para o descasque de castanha de caju com vista a apetrechar duas novas fábricas nos distritos de Moma e Murrupula, que deverão empregar cerca de 1.500 trabalhadores. A fabrica de Monapo emprega 2.200 trabalhadores dos quais 80 por cento mulheres.
Ujwalkanta Senapati destacou que a Olam Moçambique tem no seu horizonte a intenção de consolidar a sua posição de maior processador no país de castanha de caju, passando das actuais oito mil e quinhentas toneladas para cerca de doze mil.
Por outro lado, vai prestar maior atenção ao processamento final da amêndoa destinada à exportação. Isto significa que alguma quantidade de amêndoa será adicionada de especiarias como piripiri, sal, entre outras como forma de acrescentar maior valor comercial ao produto no intuito de arrecadar receitas acrescidas no mercado.
Carlos Costa, director da AgriFuturo, organismo que tem uma componente de fortalecimento do agro-negócio no sector do caju, congratulou a Olam Moçambique pela iniciativa e instou as várias empresas do ramo a enveredar por aquele caminho.
Enfatizou que muitas empresas sediadas, sobretudo em países europeus, que se dedicam ao negócio da amêndoa de castanha de caju, obtêm consideráveis margens de lucro através dum processo que consiste em adicionar especiarias para criar vários sabores da amêndoa, que é, depois, embalada em pacotes de qualidade para atrair o consumidor.