O secretário-geral da ONU disse a Bashar al-Assad, este Domingo, para parar de matar o seu povo, enquanto o líder sírio ofereceu amnistia aos “crimes” cometidos durante os 10 meses de revolta contra o seu governo.
A resposta violenta de Assad à manifestação já matou mais de 5 mil pessoas, segundo dados da ONU. Autoridades sírias afirmam que 2 mil membros das forças de segurança também morreram desde o começo da revolta.
“Hoje, eu digo novamente ao presidente Assad, da Síria: pare a violência, pare de matar o seu povo. O caminho da repressão é um beco sem saída”, disse Ban Ki-moon numa conferência no Líbano sobre transições democráticas no mundo árabe.
“Desde o começo… das revoluções, desde a Tunísia até ao Egito entre outros, eu havia pedido aos líderes que ouvissem seu povo”, disse Ban. “Alguns ouviram, e se beneficiaram. Outros não o fizeram, e hoje estão a colher os frutos disso.”
A agência estatal de notícias da Síria informou que Assad concedeu uma amnistia para “os crimes cometidos no contexto dos eventos entre 15 de Março de 2011 e 15 de janeiro de 2012”.
A amnistia ocorreria até o final do mês, cobrindo os desertores do Exército e pessoas detidas por porte não-autorizado de armas e por violar as leis sobre os protestos pacíficos.
Segundo a televisão Addounia, os monitores da Liga Árabe discutiram a implementação da amnistia com a polícia de Damasco, este Domingo.
Eles também visitaram um hospital na cidade costeira de Banias. As manifestações contra Assad começaram em Março, inspiradas pelas revoltas contra regimes autocráticos no mundo árabe.
Assad emitiu diversas amnistias desde o início dos protestos, mas os grupos de oposição afirmam que milhares de pessoas continuam por trás das grades e podem ter sido vítimas de tortura ou abuso.
O grupo de campanha pelos direitos humanos Avaaz disse, a 22 de Dezembro, que ao menos 69 mil pessoas foram presas desde o início da insurreição, das quais 32 mil já foram libertadas.
A libertação dos detidos é um dos termos estipulados por um plano de paz da Liga Árabe, que também pede um fim à violência, a retirada das tropas e de tanques das ruas e um diálogo político.