Moçambique perde anualmente consideráveis quantidades de plantas com valor medicinal em resultado de contrabando perpetrado por cidadãos praticantes da medicina tradicional dos países vizinhos, com maior incidência para a Suazilândia e África do Sul.
Devido a devastação das florestas nacionais, algumas espécies destas plantas já estão em vias de extinção, segundo revelou ontem a directora nacional do Instituto de Medicina Tradicional, Felisbela Gaspar, por ocasião do lançamento da semana comemorativa da passagem dos dez anos da criação do ano da medicina tradicional que se assinalam na próxima terça-feira.
Felisbela Gaspar disse ainda que, presentemente, muitos praticantes da medicina tradicional percorrem longas distâncias para conseguir plantas medicinais, havendo casos em que não se consegue encontrar estas plantas que curam várias enfermidades. Tendo em conta que maior parte das comunidades rurais se encontra bastante afastada das unidades sanitárias, a ausência de medicamentos alternativos (plantas) de cura no seio da comunidade representa um sério atentado à saúde de grande número da população rural.
Perante este cenário, o governo tenciona levar a cabo incentivos às populações para trabalharem no reflorestamento das plantas actualmente em vias de extinção.
Paralelamente a estas actividades, o governo, através do Ministério da Saúde, diz que ao longo do presente quinquénio vai realizar um levantamento exaustivo das plantas medicinais existentes no país para posterior educação cívica dos praticantes desta área para o uso correcto das mesmas nas dosagens aos doentes.
Actualmente estão inscritas no herbário do Instituto de Medicina Tradicional pouco mais de mil plantas com elevado valor medicinal