O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, inaugurou oficialmente na segunda-feira, em Gaberone, capital do Botswana, o Centro Regional de Aviso Prévio, um organismo criado para ajudar os países membros da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) a detectarem indícios de crises, conflitos ou mesmo de calamidades naturais.
Na sua qualidade de Presidente do órgão da SADC para a Cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança, Guebuza disse que com a entrada em funcionamento deste centro, a região Austral da África deu um passo importante no fortalecimento dos mecanismos regionais de prevenção, gestão e resolução de conflitos. Falando no acto, que contou com a presença do Rei Mswati III da Swazilandia, o Presidente cessante do órgão, e do Ministro do Interior da Zâmbia, Mkhondo Lungu, em representação do futuro presidente do órgão, Rupiah Banda, o estadista moçambicano sublinhou que o acto deu expressão e conteúdo ao papel que se atribui a paz e estabilidade na região, entanto que factores indutores ao desenvolvimento.
“Hoje, podemo-nos congratular com o facto de termos um sistema que nos vai permitir detectar indícios de ameaças de vária índole, antes destes se tornarem reais”, declarou Guebuza. Quanto ao facto de a criação deste centro ter passado por várias dificuldades, o que ditou o seu longo período de gestação, Guebuza disse que o mesmo deve servir de lição e incentivo para que, no futuro, se possa responder com eficiência e celeridade aos desafios que se colocam a região. Guebuza defendeu que o centro deve, no seu dia a dia, tomar também em conta o sucesso dos sistemas internos de aviso prévio na área de prevenção de desastres naturais e sua coordenação, em particular através do Fórum da Africa Austral para a Previsão Climática (SARCOF).
De acordo com o Presidente, este tipo de sistemas, bem como a sua forma de coordenar acções, tem contribuído, em grande medida, na redução do número de vítimas humanas e danos materiais causados pelas calamidades. Por outro lado, Guebuza defendeu a necessidade de o Centro adoptar postura proactiva, o que pressupõe “não estar dependente apenas das contribuições dos estados membros para o seu trabalho”. O Presidente defendeu ainda um centro que olhe para a região como um espaço geopolítico uno e indivisível. “Neste sentido, a vós quadros do Centro cabe a responsabilidade de cultivarem uma identidade regional, o que vos permitirá fazer leituras objectivas dos desenvolvimentos da região”, afirmou.
O Sistema de Aviso Prévio, adoptado pela SADC, pressupõe um Centro Regional que deve estar ligado aos centros nacionais de cada um dos Estados Membros. A este respeito, Guebuza exortou a todos os países membros da SADC para conferirem grande prioridade ao estabelecimento dos seus centros nacionais e sua ligação com o Centro Regional instalado em Gaberone, onde conta com uma sala de operações e uma estação de satélite. Por seu turno, também falando na cerimónia solene, o Rei Mswati III da Suazilândia destacou a importância do Centro, referindo que “a prevenção foi sempre melhor do que a cura”.
O monarca swazi encorajou, na ocasião, os estados membros a estarem prontos para compartilharem este espaço regional de forma a se evitar futuras crises. Segundo Ele, a região conheceu muito tipo de crises, incluindo calamidades naturais, de consequências drásticas porque não tinha um organismo que, em tempo útil, disseminasse informações. “Na medida em que vamos cooperando como região, é imperativo compartilhar a informação entre todos os países membros para que a integração seja um sucesso e acção também seja conjunta”, disse Mswati III.
Não foram avançados os montantes aplicados para a criação do centro, nem o número de recursos humanos que nele estão afectos. Guebuza deverá regressar Terça-feira a Maputo. Antes de escalar Gaberone, Guebuza esteve Domingo na Africa do Sul.