A Rússia rejeitou, esta Quarta-feira (22), as críticas estrangeiras pela condenação das integrantes da banda punk Pussy Riot e afirmou haver “elementos dum choque de civilizações” na postura ocidental.
Três integrantes da banda foram sentenciadas, semana passada, a dois anos de prisão por “vandalismo motivado por ódio religioso”.
A acusação decorre duma “oração punk” que elas entoaram dentro da catedral do Cristo Salvador, em Moscovo, durante um protesto contra o presidente Vladimir Putin.
Os governos ocidentais disseram que as sentenças impostas a Nadezhda Tolokonnikova, 22 anos, Maria Alyokhina, de 24, e Yekaterina Samutsevich, de 30, foram desproporcionais.
Os grupos de direitos humanos e artistas pediram a libertação das moças. Os críticos de Putin, que voltou pela terceira vez à Presidência a 7 de Maio depois de quatro anos como primeiro-ministro, disseram que o caso mostra a sua pouca tolerância aos dissidentes.
O porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, disse em nota que as críticas reflectem “avaliações apressadas, tendenciosas e politicamente motivadas”.
“Parece que o importante para certas estruturas de direitos humanos e meios de comunicação não é nem tanto o destino dessas jovens, mas a oportunidade de criar mais um escândalo com base antirrussa.”
“Essa situação, sem dúvida, tem elementos dum choque de civilizações”, acrescentou o porta-voz, cobrando do Ocidente mais consideração por “milhões de crentes cristãos ortodoxos e pessoas doutros credos que aderem aos conceitos tradicionais de moral” e que, portanto, ficaram ofendidos com o protesto.