A moeda russa, o rublo, voltou a cair nesta terça-feira para a sua mínima cotação histórica em relação ao dólar norte-americano, pelo segundo dia consecutivo, arrastado pela queda do preço do petróleo, que se aproximou dos 30 dólares por barril.
O Banco Central da Rússia (BCR) fixou a cotação oficial da moeda nacional em 76,6 rublos por dólar, embora na Bolsa de Moscova, a moeda americana tenha chegado a ser vendida acima dos 77 rublos. Apenas em Dezembro de 2014, em um dia de pânico no pregão moscovita, que ficou conhecido como a “terça-feira negra”, o rublo à marca negativa de 80 por dólar.
Embora o preço do petróleo seja a principal causa da actual queda do valor da moeda russa, os especialistas também apontam a desaceleração da economia chinesa como um factor que também afecta a saúde do rublo.
As perspectivas no curto e no médio prazo, segundo a maioria dos analistas de mercado, são pouco optimistas tanto para a moeda russa como a economia do país. As previsões do governo russo, que estimavam para este ano o fim da prolongada recessão que o país sofre, derreterão se o petróleo não reverter a sua tendência de baixa e não volta a rondar pelo menos os 50 dólares na cotação do Brent, de referência na Europa.
O orçamento da Rússia, que se nutre sobretudo da receita pela venda de combustíveis fósseis, prevê um preço médio do petróleo de 50 dólares por barril, e sofrerá sérios cortes se essa situação actual não mudar.
Inclusive as autoridades russas reconheceram que nesse caso a economia não se recuperará em 2016 e o Estado deverá rever o orçamento para baixo, reduzindo principalmente gastos de natureza social.
Em Dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que o país tinha superado o pior momento da crise e que já se observavam “sinais de estabilização” da actividade económica. Além da queda dos preços do petróleo, se soma o impacto das sanções económicas ocidentais contra a Rússia após a anexação da Crimeia.