O Governo ruandês desmentiu formalmente, sexta-feira (4), o recrutamento, no seu território, de crianças soldados para a rebelião congolesa do movimento M23, no leste da República Democrática do Congo (RDC). O desmentido foi feito num comunicado pelo porta-voz das Forças Armadas ruandesas, brigadeiro Joseph Nzabamwita, reagindo à acusação feita, quinta-feira, pela sub-secretária de Estado americana para os Assuntos Africanos, Linda Homas Greenfield.
“É surpreendente que o Ruanda seja responsabilizado por situações que não ocorrem no seu território e que não pratica”, indignou-se o general Nzabamwita. Segundo ele, “os Estados Unidos, na qualidade de parceiros de longa data das Forças Armadas ruandesas, demostraram amplamente que as nossas tropas nunca toleraram o recrutamento de crianças em combates”.
Garantiu que a determinação do Ruanda de encontrar uma solução duradoura para pôr termo ao conflito no leste da RD Congo “mantém-se”. Nzabamwita sublinhou, por outro lado, que a colaboração entre o Governo ruandês e os Estados Unidos continua “estreita”, nomeadamente no domínio da manutenção da paz.
“O Ruanda continuará a manter as suas tropas nos mais altos patamares de profissionalismo e de disciplina”, assegurou. A acusação da diplomata americana, categoricamente desmentida pelo Ruanda, acontece alguns meses depois do anúncio, pelos Estados Unidos, da suspensão de um financiamento de cerca de 200 mil dólares americanos que devia servir para a formação dos jovens oficiais militares do Exército rwandês.

