Nos bairros periféricos os manifestantes alinham pelo vandalismo e assalto aos estabelecimentos comerciais. Roubam e espalham o terror aos olhos da polícia. Neste momento dois contentores supostamente pertencentes a cidadãos nigerianos foram vorazmente saqueados em Magonine.
Carregam tudo, desde comida e bebidas. Em Hulene a saga prossegue, garrafas partidas na estrada, uma padaria assaltada e um contentor totalmente esvaziados de mercadorias. As bombas de gasolina estão todas encerradas. As estradas bloqueadas, nenhum carro circula e as pessoas percorrem dezenas de quilómetros a pé para chegar as suas casas. Como noutras paragens, três estabelecimentos estão a ser saqueados em Xiquelene.
De um armazém em que, segundo fontes pertence a delta Trading, saíram centenas de sacos de arroz e inúmeras caixas de produtos alimentares. Outros assaltos decorrem numa casa especializada a vender acessórios para viaturas. As pessoas levam pneus novos, peças de automóvel e transportam às pressas para as suas casas. Ainda em Magoanine, além de assaltos os manifestantes vandalizam tudo a sua volta e gritam por uma justiça distributiva.
Em uníssono entoam canções revolucionárias. “Morte ao Guebuza”, dizem eufóricos numa das canções. A seguir um grupo de seis jovens arranca da terra um autdoor com a imagem do PR, vandalizam, batem e por fim deitam-no a fogueira, onde derradeiramente arde.
No pensar comum dos manifestantes, Guebuza é o responsável pelo elevado custo de vida. É Guebuza que aumentou o pão, luz, água e fez subir o preço do petróleo e a pouco e pouco leva o país ao precipício. “Queimamo-lo aqui como forma de mostrar que estamos fartos e já não precisamos dele”, comentam a terminar.
Em Magoanine e Hulene ainda não houve registos de mortes, apenas um desmaio referente a uma jovem da escola secundária de Laulane. As primeiras informações de morte vieram de Xiquelene e se referem a uma mulher e uma criança.