Iniciaram, a 23 de Outubro, na província de Nampula, os ritos de iniciação, uma prática tradicional que marca a passagem da adolescência para a fase adulta de uma pessoa no seio da sua comunidade. Os pais cujos filhos estão submetidos à cerimónia queixam-se de custos na sua preparação em relação aos anos anteriores.
Segundo prevêm, no futuro levar adolescentes a ritos de iniciação será mais dispendioso porque o custo de vida está a agravar-se. Joaquim Afito disse que outrora por dia gastava, com a alimentação, entre 250 a 300, contra 500 a 600 meticais que desembolsa atualmente. “Falta comprar roupa para o último dia, que por ser festivo exige disponibilidade de produtos alimentares, dinheiro para ofertório ao padrinho, entre outras despesas”.
Anita Araújo é solteira e mãe de um adolescente que está nos ritos de iniciação. De acordo com ela, o filho está lá porque durante 10 meses conseguiu poupar algum dinheiro proveniente da venda de petiscos de vaca e de cabrito e de apoios familiares.
“Antes desta cerimónia gastava entre 30 a 40 meticais para a alimentação, mais agora gasto 100 a 150 meticais. Alguns produtos como arroz, mandioca seca, óleo e feijão foram adquiridos há tempo”.
Albino Antunes disse que os ritos de iniciação chegaram numa fase em que não está preparado. O seu filho não precisou de ser submetido à cerimónia, fê-lo pessoalmente por notar que já tem idade para tal e recebe ajuda de pessoas de boa fé.
A reportagem do @Verdade visitou um dos locais onde decorrem os ritos de iniciação e conversou com Shehe Araibo, proprietário do espaço localizado no bairro de Muatala. Ele referiu só as festividades requerem um mínimo de sete mil meticais.
Para além de outras despesas, o valor acresce com o pagamento do pessoal de aconselhamento. “Há 10 anos eram necessários somente mil meticais. O custo de vida mudou tudo”.
