Uma adolescente francesa nascida com o vírus HIV e tratada até os seis anos de idade ainda está livre do vírus 12 anos após ter parado os seus tratamentos, sugerindo o primeiro caso de remissão de longo prazo em uma criança infectada desde o nascimento, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.
A garota é parte de um pequeno grupo que alcançou a remissão do vírus, pelo menos durante um tempo, após tratamentos iniciados bem cedo com anti-retrovirais que buscam evitar que o vírus construa reservatórios duradouros – os quais poderiam retomar a infecção.
Acredita-se que o caso da adolescente francesa seja o maior em duração já registado até agora em uma criança. O caso dela, recentemente descoberto por médicos na França, segue um relato de 2013 sobre um bebé norte-americano que, após um precoce e agressivo tratamento contra o HIV, controlou a infecção por um período de 27 meses sem precisar de tratamento antes de o vírus ter voltado.
A remissão duradoura também foi vista em um grupo de 14 pacientes franceses conhecidos como o grupo de Visconti, que começou o tratamento com drogas anti-retrovirais dentro de 10 semanas após serem contaminados, e que continuaram sendo tratados por uma média de três anos. Após ter encerrado o tratamento, a maioria tinha níveis tão baixos do vírus que o HIV permaneceu indetectável por mais de sete anos.
No caso da adolescente francesa, a garota foi infectada com HIV no fim da gravidez da mãe ou durante o parto. Ela foi inicialmente tratada com uma droga destinada a evitar que a infecção acontecesse. Quando esse medicamento foi suspenso, às seis semanas de idade, a criança desenvolveu altos níveis do vírus. Ela então foi submetida a quatro poderosos coquetéis de drogas anti-HIV, e permaneceu no tratamento por seis anos.