Pelo menos 128 violações graves contra crianças no contexto do conflito armado na República Democrática do Congo (RDC) foram registadas, em maio passado, pela Secção de Protecção à Criança da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Congo (MONUSCO).
Segundo o porta-voz da equipa local das Nações Unidas, Joseph Makamba, grupos armados e milícias são responsáveis por 85 porcento do total das violações cometidas contra as crianças, enquanto que membros das Forças Armadas da RD Congo (FARDC) e da Polícia Nacional Congolesa (PNC) respondem pelos restantes 15 porcento.
Os principais autores de violações documentadas são os grupos armados Nyatura e Mayi-Mayi Mazembe, bem como a milícia Kamuina Nsapu, ao passo que elementos das Forças Armadas da RD Congo também foram responsáveis por violações dos direitos da criança, incluindo violência sexual, assassinatos e mutilações.
O ponto focal de protecção da criança dentro das FARDC identificou e permitiu a retirada de 61 crianças entre os 581 novos recrutas antes do início da formação militar.
A Secção de Protecção Infantil, em colaboração com outras secções da MONUSCO, trabalha em conjunto com o governador provincial de Kasai para libertar as crianças retidas pelas milícias de autodefesa no território de Kamonia (Província do Kasai).
Até ao momento, 24 crianças (13 meninas e 11 meninos) foram libertados, algumas delas contra o pagamento de resgate pelas suas famílias, sendo que 68 outras continuam como reféns.