O gabinete da República Democrática do Congo renunciou numa manobra processual para permitir ao presidente Joseph Kabila formar um novo governo, depois da sua reeleição, há mais de três meses, disse um porta-voz, esta Terça-feira.
A decisão indica que um novo governo pode ser nomeado a qualquer momento. Porém, um atraso prolongado no anúncio de uma nova equipe poderá aprofundar as preocupações dos investidores de que Kabila não está a conseguir responder aos assustadores desafios económicos e sociais do país rico em minerais.
“A renúncia do governo permitirá que o presidente aponte um novo governo”, disse o porta-voz do gabinete que renunciou, Lambert Mende.
“(Kabila) é o único que sabe quando isso irá acontecer.” Kabila não faz discursos à população do país centro-africano, há mais de dois meses, o que aumenta os rumores em Kinshasa sobre o que está por detrás do seu perfil mais reservado.
Havia esperança de que as eleições de 28 de Novembro mostrassem o progresso do Congo desde a guerra de 1998 a 2003, que matou cinco milhões de pessoas.
No entanto, a reeleição de Kabila foi marcada por uma grave violência de rua, que matou pelo menos 20 pessoas, e alegações de fraude pelos observadores internacionais.
Kabila conquistou 49 por cento dos votos nas fortemente contestadas eleições e tomou posse em Dezembro.
Ele chegou ao poder quando o seu pai, Laurent, foi assassinado em 2001, e venceu as eleições do país em 2006.