Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Renamo denuncia desmobilização compulsiva de seus Generais

Os membros do Partido Renamo estão desapontados com o governo moçambicano por aquilo que consideram progressiva desvinculação dos seus antigos generais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), onde foram integrados à luz dos protocolos assinados em 4 de Outubro de 1992, na cidade italiana de Roma, entre o governo da Frelimo e o então movimento de Resistência Nacional de Moçambique.

Em comunicado emitido a partir da sede do partido, em Maputo, e apresentado publicamente esta segunda-feira, a Renamo refere que grande parte dos seus generais, incluindo alguns oficiais subalternos dos 24 batalhões que existiam em todo o país e que já faziam parte do contingente enquadrado nas FADM foram, de forma compulsiva, forçados a abandonar a vida militar, por alegada falta de cabimento orçamental.

De acordo com o documento, fora acordado em Roma que 30 mil homens das FADM seriam fornecidos pelo governo do dia e pela Renamo, sendo 50 por cento de cada lado, algo que, entretanto, não chegou a ser concretizado, devido a várias alegações.

Pensando que em termos militares a Renamo está reduzida a nada, a Frelimo desencadeia em todo o território nacional acções terroristas e hostís contra os nossos membros, queima e destrói bandeiras, mastros e sedes do nosso partido e impede o exercício político da Renamo, violando, deste modo, os acordos de Roma. Lê-se no comunicado.

Nesta sua esplanação, o partido Renamo faz uma retrospectiva sobre a situação política de Moçambique no período pós acordo de Roma e reporta alguns dos principais cenários verificados nalgumas províncias, com maior incidência para o norte e centro do pais. Dentre os quais, destaca-se o genocídio de Novembro de 2000, em Montepuez, provincia nortenha de Cabo-Delgado, onde foram massacradas mais de 300 pessoas que, conforme descreve o partido, encontravam-se, na altura, a manifestar-se contra uma fraúde eleitoral nas eleições gerais de 1999.

Outra situção apontada pela “perdiz” tem a ver com a condenação, com penas maiores, de mais de 20 dos seus membros em Mocímboa da Praia, na mesma província, para além de outras tantas escaramuças, envolvendo agentes da Polícia da República de Moçambique e simpatizantes da Renamo que ocorrem em quase todo país.

Entretano, para travar tais actos, o partido está a preparar o que apelida de “nova ordem política nacional”, que será antecedida de uma manifestação pacífica a realizar-se ainda este ano.

António Nihórua, chefe de Mobilização na delegação provincial da Renamo, em Nampula, que, ontem, orientou um comício popular no bairro de Namicopo, um dos mais populosos da capital provincial, anunciou a realização, dentro deste més de Outubro, de um encontro do Conselho Nacional, evento que vai debruçar-se sobre vários aspectos para fortalecimento das bases do Partido.

comício alusivo ao Dia da Democracia, conforme declara a própria Renamo, aconteceu com a habitual ausência do respectivo líder, Afonso Dhlakama, que continua a fazer politica a remote controlo.

A nossa reportagem tentou contactá-lo para ouvir o seu pronunciamento sobre os 18 anos de paz, mas sem sucesso, embora tivesse falado a outros órgãos de informação públicos e privados.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!