O Presidente José Eduardo dos Santos remodelou o seu governo e fez alterações significativas nas Forças Armadas e no Banco Central. O poderoso Ministério do Estado e da Coordenação Económica – chefiado por Manuel Nunes Júnior – foi extinto e substituido por um novo Ministério da Economia.
Manuel Nunes Júnior tinha a seu cargo a política económica, as negociações com o Fundo Monetário Internacional e o estabelecimento do primeiro fundo soberano de Angola. Rumores em Luanda apontam-no como novo secretário do MPLA para a Esfera Económica.
O novo Ministério da Economia – que aparentemente perde poderes no estabelecimento de políticas orçamentais e monetárias – será encabeçado por Abraão Pio dos Santos Gourgel, que deixa o cargo de Governador do Banco Nacional de Angola. Segundo a agência angolana de notícias, Angop, o novo Ministério da Economia terá a responsabilidade de desenvolver políticas com o objectivo de aumentar a competitividade no sector privado e assegurar a boa gestão das empresas estatais.
José de Lima Massano, antigo director do maior banco privado angolano, o BAI, substitui Abraão Gourgel na governação do Banco Central.
Em Fevereiro, a seguir à adopção da nova Constituição, Eduardo dos Santos reduziu o número de ministros e incrementou os seus poderes e os de um punhado de personalidades, entre elas Manuel Nunes Júnior. “Esta remodelação mostra que o governo não funciona devidamente quando ministros como Manuel Nunes Júnior se tornam demasiado poderosos,” disse Alves da Rocha, professor de Economia na Universidade Católica de Angola, citado pela agência Reuters.
Contudo, Carlos Feijó, Ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, vai ter os seus poderes reforçados. Feijó, que é visto como o ‘arquitecto’ da nova Constituição angolana, passa agora a estar também envolvido no estabelecimento de políticas económicas. O General Geraldo Sachipengo Nunda foi promovido a Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, CEMGFA.
Durante 15 anos este oficial militar, oriundo da UNITA, ocupou as funções de chefe-adjunto, tendo coadjuvado sucessivamente os Generais João Baptista de Matos, Armando da Cruz Neto e Francisco Pereira Furtado – todos eles oriundos do antigo exército do MPLA. Geraldo Sachipengo Nunda terá como adjunto o General Jorge Barros, “Nguto”.
Sebastião José António Martins foi nomeado para o cargo de Ministro do Interior, em substituição de Roberto Leal Monteiro, demitido em finais de Setembro.