O Governo do Reino Unido ainda não decidiu se vai aumentar o seu nível de apoio ao Orçamento do Estado e a vários projectos de desenvolvimento socioeconómico de Moçambique para 2013.
Contudo, o alto-comissário (embaixador) daquele país membro do G-19 (Grupo de 19 países e instituições financeiras externas maiores apoiantes de Moçambique), Shaun Cleary, disse ao Correio da manhã que “o desejo é de vermos incrementado o apoio em 2013, devido ao facto de Moçambique estar a trilhar caminhos de crescimento económico saudáveis e maior abertura ao investimento directo privado”.
A indecisão deve-se à prevalecente crise financeira mundial, “mas apesar dela estamos apostados em aumentar o nível de ajuda a Moçambique”, que neste ano de 2012 ronda os cerca de 80 milhões de libras estrelinas, o correspondente a 3,3 biliões de meticais ao câmbio do dia, de acordo ainda com aquele diplomata.
As áreas de Justiça, combate à corrupção, da Economia e relacionadas com o fortalecimento da sociedade civil doméstica continuam a constituir prioridade do Governo do Reino Unido, de acordo igualmente com Cleary, realçando, entretanto, que o Executivo de Londres também está determinado a “impulsionar, a partir de 2012, o relançamento das ainda fracas trocas comerciais entre os dois países”.
Estima-se que cerca de 100 empresas britânicas, na sua maioria de grande dimensão, operam em Moçambique, e há aposta de aquele país ver implantadas em Moçambique pequenas e médias empresas locais, explorando “fortes potencialidades de investimento existentes”.
Shaun Cleary falava esta quinta-feira, ao jornal, no Maputo, à margem de um seminário nacional destinado à reflexão sobre processos de adesão e implementação por Moçambique de instrumentos jurídicos regionais e internacionais.
O encontro foi orientado pela Ministra da Justiça, Maria Benvinda Levy, e contou ainda com a presença de deputados da Assembleia da República (AR), representantes de organizações dos Direitos Humanos, académicos e membros da chamada sociedade civil moçambicana.