Cerca de 200 refugiados que fogem da guerra civil na Síria estão acampados na estação ferroviária central de Milão depois de muitos terem sido impedidos de deixar a Itália ao tentar alcançar o norte da Europa.
Muitos dos refugiados, grande parte crianças, estão instalados numa pequena sala na estação perto de uma loja do McDonalds. Outros dormem nos corredores enquanto esperam a permissão para viajar ao norte da Europa por razões humanitárias.
“Eu quero ir para a Alemanha, onde a minha irmã, o meu pai e a minha mãe vivem”, disse Amina, de 33 anos, que fugiu de Damasco com o marido e três filhos, depois de a sua casa ser destruída. Eles estão na estação há cerca de um mês. “Quero que os meus filhos possam ir à escola e eu quero um emprego para mim e para o meu marido. Mas acima de tudo precisamos de água e comida”, disse ela à Reuters.
A Itália tem sido um trampolim para os imigrantes que procuram uma vida melhor na União Europeia, mas os combates na Síria e a agitação no norte da África aumentaram o fluxo de refugiados que fazem viagens perigosas à costa sul do país em barcos frágeis, muitas vezes partindo da Líbia.
No entanto, as autoridades da França, Suíça e Áustria devolveram muitos refugiados vindos da Itália porque eles não têm documentos de viagem. Os sírios na estação de Milão estão a evitar pedir asilo na Itália, que sofre uma recessão económica, o que iria forçá-los a permanecer no país.
Em vez disso, aguardam uma autorização para viajar a outros países da UE, disse a assessora para questões trabalhistas Andreina Rossitto. Depois de chegarem à Itália de comboio, eles têm o objectivo de viajar a países como Alemanha, Noruega e Suécia, onde acreditam que terão mais apoio, disse à Reuters um funcionário de uma entidade de apoio.