Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Reclamação: maus tratos, discriminação… na loja Mahomed Hassan

Saudações. Somos trabalhadores da loja Mahomed Hassan, um estabelecimento comercial vocacionado para a venda de roupa e calçado na baixa da cidade de Maputo. O que nos faz escrever esta carta-denúncia é o facto de estarmos a passar de forma recorrente por maus tratos, discriminação, entre outros episódios inadmissíveis. Nós trabalhamos das oito às 18 horas, mas porque temos de fazer as contas depois do encerramento da loja, acabamos por sair às 20 horas.

Para além de trabalharmos sob forte pressão e sem direito a repouso nem almoço, o nosso mísero salário é pago sempre com atraso. A nossa carga horária está muito acima das oito previstas pela Lei do Trabalho em vigor no país.

Nós fazemos parte de um grupo que começou a trabalhar nos finais do ano passado. Quando fomos admitidos o patronato disse que teríamos um salário de 1.500 meticais por mês e o horário seria das 8 às 17 horas, o que infelizmente não está a acontecer.

Já tentámos várias vezes reclamar esta situação junto ao responsável da Mahomed Hassan, mas ele ignorou-nos. Ameaçou-nos de expulsão e agressões físicas.

Os nossos salários são baixos, temos colegas que estão a trabalhar neste estabelecimento há mais de dois anos e nunca beneficiaram de um aumento, como os proprietários prometem aquando da admissão dos trabalhadores.

É devido a estas irregularidades, atropelos à Lei do Trabalho e maus tratos que vimos pedir ao jornal @ Verdade para que se aproxime deste estabelecimento e questione os motivos de tudo isto. averdademz@gmail.com Luís Nhanchote

Resposta

Sobre este assunto e quando abordando pelo @Verdade, Hussein Mahomed, dirigente da Mahomed Hassan, disse que estas reclamações, feitas contra si e o estabelecimento que representa, não constituem verdade.

Segundo afirma, quando as pessoas são admitidas para trabalhar na sua loja, independentemente das funções, existe sempre um momento em que são discutidos os salários a serem pagos, horários, modalidades de trabalho, entre outros aspectos.

“Quanto aos salários, eu confesso que não posso pagar mais. Quando digo que ao fulano ou sicrano vou pagar tanto dinheiro, encaro isso como uma proposta, onde a pessoa pode dizer se aceita ou não”.

No que diz respeito aos atrasos dos salários, Mahomed Hassam afirma que isso é algo normal e que pode acontecer em qualquer outra instituição. “Se o dia de pagamento é 30, isso não significa que eu deva rigorosamente pagar os salários nesta data. Por algum motivo os salários podem sair poucos dias depois, do mesmo jeito que há vezes em que os ordenados saem antes da data prevista”.

Sobre o horário, o nosso interlocutor referiu que os seus funcionários não trabalham acima de oito horas diárias, e explica: “o meu estabelecimento comercial abre das nove às 17 horas. Como depois de fechar a loja é preciso arrumar as coisas, fazer o levantamento do trabalho do dia, acaba-se por se levar mais umas duas horas no máximo”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!