Bom dia, Jornal @Verdade. Somos trabalhadores da empresa de segurança privada S.O.S, na cidade de Maputo. Viemos por este meio pedir ajuda: o esclarecimento do atraso do salário de Dezembro. O patronato não diz o que está a acontecer.
Os trabalhadores daquela empresa passaram a quadra festiva sem salário, o que fez com que recorressem aos vizinhos para pedir emprestado algum dinheiro de modo a evitar que as suas famílias não tivessem o que comer.
Quando contactámos a direcção para exigir o que é nosso por direito, todos andavam fugitivos porque não tinham nenhuma resposta para a nossa inquietação. O tempo passou e os seguranças que, dia e noite, faça chuva, frio ou sol, garantem a ordem e tranquilidade nas instalações não viram nenhum sinal positivo.
Estamos na segunda semana do mês de Janeiro e nada existe sobre o salário. A nossa maior preocupação tem a ver com o facto de termos contraído dívidas com a promessa de pagar até a primeira semana. O tempo combinado com os nossos amigos e vizinhos já passou e estes já nos estão a cobrar. Onde vamos buscar o dinheiro para reembolsá-los?
Os nossos chefes passaram as festas tranquilamente, sorte que a maior parte dos seguranças não teve. Essa atitude do patronato demonstra falta de valorização dos trabalhadores. Se assim não fosse poderia no mínimo dar uma explicação sobre as causas do atraso do salário para amainar os ânimos e a ansiedade de cada um de nós.
Sabemos que as empresas de segurança nacionais passam por dificuldades financeira, mas quando assim acontece há necessidade de o corpo directivo dar a cara e colocar os seus trabalhadores a par do assunto.
Quando é que vamos ter o salário porque não estamos a ter sossego nas nossas casas? Não temos o que comer e, a cada dia que passa, cobram-nos o que devemos.
Resposta
Ciente da pertinência da inquietação destes trabalhadores, o @Verdade deslocou-se àquela empresa de segurança privada, localizada na Avenida Salvador Allende, na capital do país.
Uma senhora afecta ao Departamento dos Recursos Humanos, que não se quis identificar alegadamente porque a pessoa indicada para tratar do assunto estava de férias, explicou que o atraso no pagamento do salário referente ao mês de Dezembro deveu-se a problemas relacionados com o défice financeiro por que a empresa passa. Todos os trabalhadores foram afectados.
Segundo ela, o pagamento estava previsto para a primeira semana de Janeiro, o que não aconteceu por causa de algumas restrições no sistema do banco que a empresa usa. Entretanto, os trabalhadores começaram a receber no dia 18 do mês em curso para evitar que haja acumulação de dívidas, o que, a suceder, poderia ter repercussões negativas para a empresa.
Segundo a nossa interlocutora, espera-se que até o fim desta semana todos os trabalhadores tenham sido pagos. Reconhecemos que não devíamos sacrificar a nossa mão-de-obra, mas perante a limitação financeira que tivemos não se podia fazer nada sem fundo.
Nas suas palavras, já existe o dinheiro. Apela aos trabalhadores para que sempre que houver um problema igual a este recorram a meios pacíficos para resolvê-lo.
