Os rebeldes sírios iniciaram uma grande operação para assumir o controle da estratégica cidade de Deir al Zor, no leste do país, depois de expulsar as forças governamentais das áreas petrolíferas ao redor, segundo um comandante insurgente.
Caso capturem essa cidade, os rebeldes irão controlar uma província inteira pela primeira vez em 22 meses de rebelião contra o presidente Bashar al Assad.
Ibrahim Abu Baker, líder da poderosa brigada Al Qadisiyah, disse que a sua força rebelde, junto com os combatentes de outros países árabes e com militantes islâmicos do grupo Jabhat al Nusra, haviam cercado Deir al Zor por quatro lados durante os preparativos para a operação.
“O interior está liberado, o que resta da província (de Deir al Zor) é a cidade propriamente dita”, afirmou ele à Reuters por Skype. “Todas as brigadas estão a participar disso… estamos encarregados do lado leste da cidade.”
Outro rebelde da brigada de Abu Baker disse, Segunda-feira, que os combatentes haviam iniciado o primeiro estágio da operação atingindo com disparos de tanques três alvos militares dentro da cidade, e sitiando o último reduto do Exército na periferia.
“Quando liberarmos a cidade, algumas brigadas vão permanecer para cuidar delas, e o resto vai marchar para Damasco”, disse o combatente, que se identificou como Abu Mazen.
Abu Baker disse que durante meses as forças rebeldes tiveram acesso apenas limitado à cidade, que contém importantes órgãos de segurança e um aeroporto militar.
Mas há duas semanas, com a ajuda do Jabhat al Nusra, eles capturaram um órgão de segurança localizado próximo a uma ponte estratégica sobre o Eufrates, abrindo o flanco leste para o avanço dos rebeldes.
“Após liberarmos a ponte começamos a enviar ajuda e armas aos combatentes dentro da cidade… e também a enviar reforços”, disse ele. “Agora não há nada que nos impeça de entrar na cidade.”
A revolta contra Assad tem um matiz sectário, contrapondo rebeldes majoritariamente sunitas contra um Exército comandado por membros da seita minoritária alauíta, de Assad. Como a maioria das brigadas que actua na Síria, Abu Baker disse que a sua força é composta apenas por combatentes muçulmanos sunitas.
“Somos islâmicos, saímos só para apoiar a nossa religião. Por isso tomamos as ruas. Respeitamos outras religiões, mas somos sunitas e queremos que um sunita governe, não um alauíta.” Ele disse que há na província também combatentes do Iraque e da Arábia Saudita.
“Eles são uma facção em separado, mas a nossa relação com eles é boa. Damos as boas-vindas a qualquer um que deseje se juntar a nós na jihad contra Assad, sejam sauditas ou iraquianos.
O nosso objectivo é um só, e estamos a lutar por Deus.”