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Rebeldes sírios estão pessimistas com o plano de cessar-fogo

Os rebeldes sírios levantaram dúvidas, esta Segunda-feira (22), sobre as perspectivas de uma trégua temporária destinada a estancar o derramamento de sangue no conflito de 19 meses, dizendo que não estava claro como um cessar-fogo informal, esta semana, poderia ser implementado.

O mediador internacional Lakhdar Brahimi, que reuniu-se em Damasco, Domingo (22), com o presidente Bashar al-Assad, propôs que as forças de Assad e os rebeldes interrompam a violência durante o feriado islâmico de três dias Eid al-Adha, que começa, Sexta-feira.

A proposta ganhou apoio de potências de ambos os lados da crise, incluindo Irão e Rússia, que têm fornecido apoio a Assad, e a Turquia, que apoia os rebeldes num conflito que já matou 30.000 pessoas. Mas o Exército sírio e os rebeldes não mostraram sinais de abrandamento enquanto o Eid aproxima-se.

Mais de 200 pessoas foram mortas, Domingo, em combates e bombardeios, incluindo 60 soldados, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Esta Segunda-feira, o grupo baseado na Grã-Bretanha relatou bombardeios do Exército em Deir al-Zor, no leste, e em Deraa, no sul.

Houve ainda pesados combates nas cidades e subúrbios em torno da capital Damasco. “Esta trégua é apenas uma bolha de mídia. Quem é que vai implementá-la e quem vai fiscalizar isso?”, disse o coronel Qassem Saadeddine, um ex-oficial do Exército que desertou e hoje é chefe de um conselho militar rebelde na província de Homs.

“Nós ainda estamos comprometidos com qualquer decisão da Organização das Nações Unidas. Mas esta trégua … qual é o mecanismo para implementar isso?”, afirmou à Reuters Saadeddine, que também é porta-voz do comando conjunto do Exército Livre Sírio.

Ele disse que os rebeldes cumpriram o último cessar-fogo na Síria, a 12 de Abril, implementado pelo ex-mediador Kofi Annan, mas que as forças de Assad não o honraram. As autoridades sírias afirmam que elas executaram o cessar-fogo e que foram os rebeldes que o quebraram.

Outro comandante rebelde em Damasco, que não quis ser identificado, foi mais directo: “A trégua não vai acontecer. Não vamos aceitar isso. Não é do nosso interesse”, disse ele, acrescentando que uma trégua de três dias teria pouco impacto.

O conflito na Síria tem atingido os seus vizinhos nas últimas semanas. O Exército trocou ataques pela fronteira com a Turquia, um chefe da inteligência libanesa cujas investigações implicaram autoridades sírias foi assassinado, Sexta-feira, e um soldado jordaniano foi morto perto da fronteira durante a noite.

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