O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, anunciou, a 23 de Agosto, o lançamento do concurso público para a contratação dos empreiteiros que vão reabilitar a Estrada Nacional Número Um (N1), após vários adiamentos, devido às exigências do Banco Mundial.
Trata-se da implementação da Fase-1 do projecto de reabilitação da N1, que compreende um total de 1.100 quilómetros (Km), com cerca de cinco lotes, nomeadamente, entre Metoro-Pemba (94km) na província de Cabo Delgado; Gorongosa – Caia Lote 1 (0–84 km), Gorongosa – Caia Lote 2 (84–168 km) e Inchope – Gorongosa (70 km) na província de Sofala, Chimuara; Lote 1 de Nicoadala (0-88km) e Chimuara – Lote 2 Nicoadala (88-176km), na província da Zambézia, cujas obras de reabilitação e manutenção estão orçadas em 400 milhões de dólares norte-americanos.
Carlos Mesquita fez esta revelação em Inchope, província de Manica, onde se encontrava, no âmbito da sua viagem de monitoria pela N1, iniciada em Maputo, cujo roteiro inclui Chimoio, Inchope, Gorongosa, Caia, Quelimane, Mocuba, Guruè, Magige, Lioma, Malema, Nampula e Angoche.
O lançamento do concurso, segundo explicou o governante, resulta de um trabalho aturado, que durou dois anos consecutivos e culminou com a aprovação do Banco Mundial, financiador do projecto, a 19 de Agosto. Deste modo, o Governo espera receber as propostas de empreiteiros interessados no dia 1 de Novembro do corrente ano, após a publicação do concurso, na imprensa, dia 23 de Agosto: “é um projecto de dez anos, sendo dois para a reabilitação e oito para a manutenção. Prevemos ainda este ano lançar, logo a seguir, três ou quatro outros concursos até Dezembro”, indicou Carlos Mesquita.
Num outro desenvolvimento, o ministro referiu-se ao aval dado ao Governo pelo Fundo Saudita de Desenvolvimento, para avançar na contratação de um consultor que vai desenhar o projecto executivo da obra e a preparação dos documentos para a realização de intervenções de vulto nos troços Benfica/Zimpeto e Bairro 3 de Fevereiro/Incoluane.
“É uma obra que compreende 27 quilómetros, 10 dos quais correspondem ao alargamento do troço Benfica/Zimpeto, de duas para quatro faixas, sendo os remanescentes 17 quilómetros correspondentes à reabilitação troço Bairro 3 de Fevereiro até Incoluane”, explicou.
Importa referir que o projecto global de reabilitação da N1 é orçado em 850 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 400 milhões destinam-se à restauração prevista na Fase-1 do empreendimento. Ainda no que se refere à sua visita à N1, Carlos Mesquita explicou tratar-se da forma que encontrou para fazer o acompanhamento dos trabalhos em curso ao longo de várias estradas do País, por considerar ser útil deslocar-se ao terreno para perceber o que se está a passar.
“No país, existem cerca de 30 mil km de estradas classificadas, das quais 28 por cento são revestidas, o que equivale a aproximadamente 8.500 km. Desta cifra, cerca de 60 por cento está a precisar de uma manutenção periódica, por vários motivos. Primeiro, pela lógica de gestão de estradas em que cinco anos depois da construção ou reabilitação, em função do seu nível de desgaste, precisa de uma intervenção que lhe acrescente mais tempo de vida. Mas também temos o desafio das mudanças climáticas que demonstram que, em alguns sítios, as estradas apresentam um nível baixo e é preciso fazer o seu alteamento, o que é o que estamos a fazer à medida em que vamos projectando reabilitações”, concluiu.