A Biblioteca Nacional de Moçambique (BNM) reabriu na quarta-feira ao público, depois de ter encerrado as portas durante um ano e meio devido as obras da sua reabilitação e ampliação. Orçadas em cerca de 14 milhões de meticais (cerca de 400 mil dólares americanos de cambio de hoje) desembolsados pelo Governo moçambicano, estas obras consistiram na construção de um edifício de dois pisos destinado a alojar funcionários da instituição, redimensionamento do espaço, revisão da instalação eléctrica, entre outros aspectos.
Segundo o director da BNM, Roque Félix, com essas novas facilidades, esta instituição poderá fornecer novos serviços ao público, como material de leitura infantojuvenil, leitura para pessoas portadoras de deficiência física, Internet e mediateca.
No âmbito do mesmo projecto, a BNM contou com mais oito mil livros (entre didáticos, ficção e de conhecimentos gerais) que se adicionam ao anterior acervo bibliográfico estimado em cerca de 150 mil obras. Falando durante a cerimónia de reabertura desta instituição, o Primeiro- Ministro moçambicano, Aires Ali, disse que o Governo atribui a BNM um papel muito importante de preservar, conservar e disponibilizar o património documental do país e de interesse para o país.
“É justamente por isso que o Governo aprovou, em 2007, a criação em todo o país das bibliotecas públicas provinciais bem como atribuiu aos governadores provinciais competência de criar bibliotecas públicas distritais e outras”, disse o governante, acrescentando que “assim lançamos as bases de criação de condições para a materialização do apanágio do Governo de melhorar a qualidade do ensino, criando espaço para um ambiente de leitura permanente”.
Ainda na mesma cerimónia, foi lançada página da Internet (www.redicem.org.mz) da Rede dos Direitos da Criança em Moçambique, uma iniciativa de diversas organizações, incluindo as Nações Unidas, destinada a criar um espaço para a promoção e protecção dos direitos legítimos da criança através da partilha de informação entre organizações da sociedade civil e outras instituições que trabalham nesta área. Esta página da Internet é parte do projecto do Centro de Informação para o Desenvolvimento, uma unidade que passará a funcionar dentro das instalações da BNM onde as pessoas poderão ter acesso a inúmeras obras que se encontravam nas bibliotecas de diversas instituições internacionais, incluindo agências das Nações Unidas.
Na sua intervenção em nome de todos esses parceiros, a representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em Moçambique, Cláudia Harvey, enalteceu a reabertura da BNM justificando que essa medida vai proporcionar um espaço para as pessoas cultivarem o habito de leitura e o desenvolvimento da imaginação. Harvey, que falava em representação do Representante do Sistema das Nações Unidas em Moçambique (Ndolamb Ngokwey), ressaltou também a importância da restauração do edifício da BNM (um dos mais emblemáticos do país) para a preservação do património cultural de Moçambique.
Depois destes passos, a BNM tem agora o desafio de informatizar todo o seu acervo bibliográfico e das bibliotecas públicas espalhadas pelo país de modo a permitir que, gradualmente, estas instituições estejam ligadas a uma única rede.