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RAS/morte de mineiros: ainda não há moçambicanos

O Ministério moçambicano do Trabalho (MITRAB), através da sua delegação na Republica da Africa do Sul (RAS), está a envidar esforços com vista a obter dados oficiais sobre o acidente ocorrido, provavelmente, no Domingo passado, 31 de Maio, numa mina abandonada na região de “Free State”, e que terá vitimado 76 pessoas.

Segundo um levantamento realizado pelas autoridades sul-africanas, na manhã de Quarta-Feira, haviam sido resgatados 61 corpos, número que viria a fixar-se em 76 no período da tarde, com a descoberta de mais 15, no interior da mina.

As informações obtidas junto das autoridades sul-africanas, assim como as avançadas pela imprensa sul-africana, não dão indicações de que no grupo dos mortos tenha estado algum moçambicano. “A fortificar a suspeita, está o facto de, até agora, nenhum familiar moçambicano ter contactado oficialmente a Delegação e as suas Sub-delegações espalhadas pelas regiões mineiras sulafricanas, anunciando o desaparecimento de um parente ou suspeitando que tenha estado na referida mina”, refere o MITRAB, em comunicado de imprensa hoje recebido pela AIM.

A mina “Eland Gold Mine”, pertencente à companhia “Harmony Gold Group”, localiza-se na região de Welkom, em “Free State”, e foi encerrada há cerca de cinco anos, sendo que as vítimas se introduziram nela a título pessoal e sob todos os riscos daí resultantes. O acidente aconteceu no subsolo, a 1.400 metros, mas as razões não foram ainda apuradas, presumindo-se apenas que as mortes tenham sido em consequência de uma explosão no interior do poço.

Os corpos, recolhidos em avançado estado de decomposição, estão depositados na morgue do Governo em Welkom à espera dos resultados do trabalho de peritagem das autoridades competentes e de possível reclamação de familiares, não obstante saber-se que, para além de sul-africanos, entre as vítimas possam também estar cidadãos de outras nacionalidades.

Em 2007 e 2008, e à semelhança do que acabou acontecendo no Domingo, também morreram mineiros ilegais numa mina encerrada na mesma região. Tem sido hábito nas regiões de mineração sul-africanas, e desprovidas de qualquer segurança, alguns cidadãos procurarem minas encerradas para a extracção de ouro, platina ou outros minerais para depois irem vender no mercado paralelo. Para além de se tratar de uma exploração mineira ilegal, a prática apresenta-se muito arriscada.

As outras pessoas que trabalhavam ilegalmente na mina “Eland”, cerca de 300, foram presas pela polícia após o acidente. “Quanto aos legais, nenhum mineiro moçambicano, dos cerca de 45 mil oficialmente registados na Delegação do Ministério do Trabalho na África do Sul, foi dado como desaparecido, pelo menos até à compilação desta informação.

Mas o trabalho de identificação dos perecidos está a ser atentamente acompanhado, para se concluir que entre eles estavam moçambicanos ou não”, refere o comunicado do MITRAB.

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