Os protestos violentos em Madrid e as conversas crescentes sobre separação na rica Catalunha aumentavam a pressão sobre o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, conforme ele aproxima-se de um pedido de resgate à Europa.
Rajoy tem resistido a pedidos de influentes banqueiros nacionais e líderes da França e da Itália para agir rapidamente e pedir ajuda, mas uma série de eventos, esta semana, irá levá-lo a ficar mais perto disso.
Com os manifestantes a intensificarem os protestos contra a austeridade, Rajoy apresenta, Quinta-feira (27), mais reformas económicas dolorosas e um orçamento difícil para 2013, com o objectivo de convencer os parceiros da zona do euro e os investidores de que a Espanha está a fazer a sua lição de casa de cortar o déficit, apesar de uma recessão e de desemprego de 25 por cento.
Em entrevista ao Wall Street Journal, Rajoy sinalizou que pode buscar ajuda se os custos de financiamento da dívida persistirem elevados por muito tempo.
“Posso assegurar-lhe 100 por cento que eu pediria esse resgate”, afirmou ao jornal, chamando a situação que ele enfrenta agora de “fascinante”.
Novos dados, Terça-feira, sugeriram que a Espanha não alcançará a sua meta de déficit público de 6,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, com o déficit do governo central chegando a 4,77 por cento no final de Agosto, já acima da meta do fim do ano.
Do lado das reformas, Rajoy espera vendê-las aos eleitores como condições internas ao crescimento ao invés de imposições externas. Os diplomatas relataram intensas pressões de última hora sobre Madrid por parte de importantes formuladores de política da zona euro para o governo tomar medidas mais duras, particularmente o congelamento de pensões.
Sexta-feira (28), a Moody’s publicará a sua última revisão do rating de crédito da Espanha, possivelmente rebaixando a dívida do país ao status de “junk”.
No mesmo dia, uma auditoria independente dos bancos da Espanha irá revelar quanto dinheiro Madrid precisa de um pacote de ajuda de 100 bilhões de euros (129,62 bilhões de dólares) que a Europa já aprovou para a quarta maior economia da zona do euro.