O novo presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, proclamou neste sábado “o fim da ditadura” e prometeu a comunidade internacional que “aplicará as regras de bom governo”, depois de prestar juramento com o presidente da Alta Corte Constitucional.
“Nós proclamamos hoje o fim da ditadura, da desordem na gestão dos assuntos do Estado, das mentiras e falsas promessas, e do pensamento único que durante muito tempo asfixiaram a vida política malgaxe”, declarou Rajoelina diante de 40.000 pessoas reunidas em um estádio de Antananarivo.
Em seguida dirigiu-se à comunidade internacional – que chama de golpe de Estado a tomada de poder depois da renúncia forçada do presidente Marc Ravalomanana – e prometeu respeitar as regras do bom governo.
“A todos os povos e governantes dos países amigos e associados, sócios capitalistas que nos observam hoje: saibam que Madagascar é amigo de todas as nações e de todos os cidadãos do mundo, saiba, que nós queremos a mudança na forma de administrar nosso país e que estamos decididos a aplicar os princípios e as regras do bom governo”, acrescentou.
Mais cedo, Andry Rajoelina prestou juramento como o novo presidente de transição de Madagascar. Rajoelina parou de frente para o presidente da Alta Corte Constitucional, com a mão direita estendida, e declarou: “Diante de todo o povo malgaxe e ante Deus, juro fazer o possível pelo bem do povo e pelo respeito às leis em vigor em Madagascar”.
O presidente da Alta Corte Constitucional, Jean Michel Rajaonarivony, respondeu: “Agora o senhor é presidente da alta autoridade de transição”.
Rajoelina afirmou que “a principal missão que o poder de transição deve cumprir é concluir em no máximo 24 meses a elaboração de uma nova Constituição, um código eleitoral com a instauração de um boletim único, uma comissão eleitoral totalmente independente, um estatuto da oposição e fixar os prazos eleitorais.
Andry Rajoelina, que tem 34 anos – a Constituição atual exige a idade mínima de 40 anos para ocupar a presidência -, também decidiu indultar todos os presos políticos encarcerados no país.