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Quinta-feira entra em vigor novo preço do “chapa” em Maputo e Matola

Os municípios de Maputo e da Matola, no sul de Moçambique, anunciaram que os novos preços do transporte urbano de passageiros, aprovados pelas respectivas Assembleias Municipais, entram em vigor nesta quinta-feira (15), com a excepção dos distritos de Marracuene e Boane.

Os vereadores dos Transportes de Maputo, João Matlombe, e da Matola, Lucas Nhaca, anunciaram em Conferência de Imprensa, esta segunda-feira (12), o início das seguintes tarifas: nos Transportes Públicos Urbanos o bilhete passa a custar 7 meticais, contra os actuais 5 meticias; nos semi-colectivo de passageiros, privados, vulgo “chapa 100”,  a tarifa passa a ser de 9 meticais, contra os actuais 7,5 meticias.

Segundo João Matlombe “a revisão visa essencialmente, por um lado, estimular o sector privado para continuar a fazer investimentos e por outro garantir também que a empresa pública, que hoje tem mais de 250 autocarros, possa dispor da sua frota total aumentando a sua receita”. O vereador acrescentou que dentro de alguns meses passará há existir um passe que permitirá ao Governo subsidiar o preço directamente aos passageiros e não aos operadores como até hoje acontece. Entretanto, prometeu uma “mão dura” aos transportadores que continuarem a encurtar e desviar as distâncias regulamentares, fenómeno comumente conhecido por encurtamentos e desvios de rotas. Pretende-se evitar que os munícipes despendam os seus parcos valores com as ligações desnecessárias.

Por sua vez, o presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários de Maputo, Samuel Nhatitima, disse que não está satisfeito com o valor aplicado porque é exíguo para cobrir os gastos com a manutenção das viaturas e compra de combustível, mas é o que se pode cobrar neste momento. Na sua óptica, o preço razoável seriam 15 meticais por viagem.

“Esta tarifa vai encarecer ainda mais a vida” – munícipes de Maputo

Cristina Salvador reside no município da Matola e trabalha na cidade de Maputo. Disse ao @Verdade que em condições normais deveria gastar 15 meticais ida e volta, mas devido ao encurtamento de rotas chega a gastar o triplo deste valor. “O novo preço vai encarecer vida, principalmente para os que recebem um mísero salário mínimo. Na falta de dinheiro alguns terão que percorrer longas distâncias a pé para chegarem aos seus destinos. Isto é um roubo à população porque os lucros do aumento apenas beneficia uma minoria em detrimento da maioria”, contestou.

Lírio Nhamue, também interpelado pela nossa reportagem, encarra a nova tarifa com preocupação porque na sua opinião não foi pensado de acordo o reajuste salarial, os demonstra claramente que as políticas traçadas pelo Governo beneficiam mais às elites e muito pouco à população. “Acho que antes de aumentar o preço dos transportes devia-se criar condições de comodidade dos transportados”, concluiu.

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