O Parlamento do Quénia votou nesta quinta-feira para se retirar da jurisdição do Tribunal Penal Internacional, mas a Corte de Haia afirmou que, de qualquer maneira, dará continuidade aos julgamentos do presidente queniano e seu vice.
Uhuru Kenyatta e William Ruto são acusados ??de orquestrar a violência depois das eleições de 2007. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas em um derramamento de sangue por motivos étnicos que mergulhou em uma crise a maior economia do leste da África.
Os dois líderes haviam prometido cooperar com o tribunal internacional antes da eleição, uma posição reafirmada pelo advogado de Ruto pouco antes da decisão desta quinta-feira. Mas nenhum deles estava disponível para comentar se a promessa estava mantida.
A moção parlamentar destacou a crescente hostilidade contra o tribunal por parte de políticos no Quénia e na África que acusam o órgão de ser tendencioso, já que todos os suspeitos apontados pela corte até hoje têm sido do continente africano.
O julgamento de Ruto começa na terça-feira e o de Kenyatta, em novembro, apesar dos esforços do Quênia para arquivar os casos ou transferi-los para mais perto do país. Ambos negaram as acusações.
O Parlamento, dominado pela aliança que levou Kenyatta ao poder em uma eleição pacífica em março, votou pela saída do país do Tribunal Penal Internacional. De acordo com o procedimento parlamentar, o governo agora vai apresentar um projeto de lei para cortar os laços com o tribunal formalmente.
O Tribunal Penal Internacional afirmou, no entanto, que qualquer decisão levaria pelo menos um ano e que não teria nenhum efeito sobre os casos em andamento.