Os alunos da Escola Secundária de Coalane, arredores da cidade de Quelimane, capital da província central da Zambézia, questionaram, Segunda-feira, o destino que é dado as várias espécies de pescado tirado das águas moçambicanas por, no seu entender, ser pouco visto no mercado nacional.
Esta e outras questões foram levantadas durante a palestra havida neste estabelecimento de ensino, no ciclo de actividades para divulgar a essência da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), bloco regional com 15 Estados Membros, cujo 31º aniversário é comemorado, quarta-feira, sob o lema “Uma Pesca Responsável Contribuindo para a Segurança Alimentar”.
A nível nacional, as comemorações do aniversário da SADC terão o epicentro em Quelimane e serão orientadas pelo Ministro das Pescas, Victor Borges, estando confirmada a presença de outras figuras como os Altos Comissários da Namíbia, Zâmbia assim como os representantes dos outros países do bloco regional.
Os alunos de Coalane colocaram a questão após terem ficado a saber que o país desenvolve a pesca a escala comercial, para abastecer o mercado externo e, ao nível do subsector de pequena escala ou familiar, para abastecer o mercado doméstico.
Aliás, para a exportação, Moçambique coloca, todos os anos, 15 mil toneladas de pescado nos mercados da União Europeia (UE), Ásia, bem como na própria região.
Na óptica dos alunos, o pescado nacional, por sinal, que é de elevado valor económico e dietético, não é consumido por uma grande maioria dos moçambicanos.
Aliás, só conhecem a sua existência através de imagens televisivas, em brochuras ou episodicamente nos mercados, mas a preço proibitivo. Moçambique tem como principais produtos de exportação o camarão, caranguejo, peixes, lagosta, as ostras e as algas marinhas.
Os palestrantes, além de responder minuciosamente as questões levantadas, historiaram sobre o órgão regional criado em 1980, na altura Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC), mas que a partir de 17 de Agosto de 1992 passou a ser a actual SADC.
Os quadros, tanto da Comissão Nacional da SADC (CONSADC) e de vários órgãos centrais, disseram aos alunos que o primeiro destino do pescado é o mercado doméstico, mas dado o seu elevado valor no exterior deve ser exportado, para ajudar o país a colectar divisas que tem um valor acrescentado à economia nacional.
Na lista dos diversos objectivos consagrados no tratado da SADC, o bloco regional deve promover o desenvolvimento auto-sustentado na base da auto-suficiência colectiva e da interdependência entre os Estados Membros, justificando assim a necessidade de exportar o pescado para outros mercados, sobretudo os da região.
A palestra constituiu uma ocasião para a divulgação das melhores práticas na actividade pesqueira, tendo sido feito um apelo para o não uso de artes nocivas como a rede mosquiteira, sacos de produtos alimentares que além de colocar em risco de extinção as espécies são também uma séria ameaça aos ecossistemas marinhos, devendo ser evitadas.
Enquanto isso, outras equipas mistas trabalharam nas escolas secundária de Namuinho e Patrice Lumumba, estando previsto outro ciclo de palestras na tarde de hoje em outros estabelecimentos de ensino com o propósito de divulgar a essência da SADC.
A semana comemorativa do bloco regional foi lançada na terça-feira do dia 10 do corrente e terá o ponto mais alto na próxima quarta-feira, e ao mais alto nível realizar-se-á uma Cimeira de Chefes de Estado e Governo da SADC, que será em Luanda, Angola, onde a Namíbia vai passar o testemunho ao país anfitrião.
São Países-Membros da SADC Moçambique, África do Sul, Angola, Botswana, Lesoto, Malawi, Maurícias, Madagáscar, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzania, Zâmbia e Zimbabwe.