Liga Muçulmana: depois da vitória frente ao Desportivo, a equipa de Artur Semedo soube evitar a ressaca num jogo armadilhado, por convidar ao prolongamento da euforia. Mesmo com o regresso a um terreno amaldiçoado, a vitória sobre o Sporting da Beira nem foi especialmente convincente. O que, a juntar ao empurrãozinho do Atlético Muçulmano, só vem reforçar a confiança do líder isolado da prova. Depois do Sporting vem aí a recepção ao Costa do Sol. Até onde chegará a embalagem?
Ferroviário de Maputo: o mais surpreendente no empate com o Atlético Muçulmano foi não ter sido propriamente surpresa. O domínio estéril dos primeiros minutos e a vulnerabilidade permanente nos flancos foram ingredientes a anunciar o que estava para vir: um golo esquisito, daqueles que só acontecem às equipas na mó de baixo, e o desânimo crescente nos longos minutos até ao final. O facto é que nesta altura da temporada qualquer equipa acredita, com boas razões, que é possível ganhar a um campeão que soma menos pontos do que há um ano. Se isto não é uma crise então a crise é o quê?
Arbitragens: ainda e sempre o bombo da festa. Desta vez, com muitas, mesmo muitas, razões para isso. Mesmo quem defende que os árbitros não são o maior problema do futebol moçambicano concordará que foi um fim-de-semana negro. De Pemba a Maputo, de Songo ao Chiveve, até ao penalty no campo do Costa do Sol, ninguém teve de andar de lupa em punho para descobrir erros flagrantes.
Retoma: os tempos são de crise (os jogadores do Ferroviário que o digam), mas há quem tenha aproveitado a jornada para melhorar situações complicadas. O Ferroviário da Beira estreou-se a ganhar na capital e faz com que a permanência deixe de ser vista como um objectivo virtual. David Mandigora ainda não aliviou a pressão que ameaça tornar insustentável a permanência à do Costa do Sol.