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Quase 2 milhões de moçambicanos necessitam de assistência alimentar imediata

Quase 2 milhões de moçambicanos necessitam de assistência alimentar imediata

Contrastando com os anúncios governamentais que Moçambique caminha para a “fome zero” a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta quinta-feira (31) que Moçambique é um dos países da África Austral onde existem 45 milhões de cidadãos em insegurança alimentar severa durante os próximos seis meses. O Governo de Filipe Nyusi esconde que no nosso país 1.994.538 cidadãos necessitam de assistência alimentar imediata.

A ONU anunciou que pelo menos 45 milhões de pessoas poderão passar fome em 16 países da África Austral devido aos danos causados pelos ciclones e cheias da época chuvosa passada e a pior seca nos últimos 35 anos.

Para a directora regional do Programa Mundial da Alimentação (PMA), um agência da ONU, na África Austral, Margaret Malu, a prioridade é atender as necessidades de alimentação e nutrição urgentes de milhões de pessoas, mas também investir para criar resiliência dos que são ameaçados por secas, inundações e tempestades frequentes e severas.

O Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas destacou que o aumento anual das temperaturas na África Austral é o dobro da média global. Entre os países mais afectados estão República Democrática do Congo, Malawi, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe, que nos próximos anos podem ter condições climáticas adversas.

Este alerta na verdade é uma recordação pois em Setembro a Coordenadora Humanitária da ONU em Moçambique, Myrta Kaulard, alertou que “uma nova temporada de ciclones estava prestes a começar e isso coincidia com o período de escassez de alimentos para as famílias que vivem da agricultura de subsistência, já que a próxima colheita só acontece em Março de 2020”.

Na ocasião as Nações Unidas apresentaram um Plano de Resposta Humanitária que tinha como alvo 2 milhões de pessoas e estava orçado em 398 milhões de dólares norte-americanos.

Paradoxalmente esta semana foi lançada a campanha agrária 2019-2020 onde o mote é alcançar a “fome zero”.

No entanto o @Verdade apurou que num relatório não divulgado publicamente o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) informou ao Executivo que a situação alimentar está a deteriorar-se desde o início de Outubro com o numero de pessoas a necessitar de assistência alimentar a atingir 1.994.538 pessoas, das quais 1.208.205 pessoas vivem em áreas afectadas pelo ciclone Idai, 181.951 pessoas em áreas afectadas pelo Kenneth e 445.385 pessoas em áreas afectadas pela seca.

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