Noventa e cinco monges foram detidos na região noroeste da China depois que uma multidão atacou uma delegacia ao ouvir os boatos sobre a prisão de um separatista tibetano, informa a imprensa chinesa, no primeiro grande incidente em áreas tibetanas em 2009.
A revolta aconteceu no sábado em Rabgya, uma cidade nas montanhas da província de Qinghai, menos de duas semanas depois dos aniversário de 50 anos, em 10 de março, da revolta frustrada contra a China no Tibete que acabou com a fuga para o exílio do Dalai Lama.
As autoridades chinesas adotaram medidas de segurança extremas na época do aniversário. “A polícia prendeu seis pessoas que participaram no ataque. Outras 89 se entregaram à polícia”, afirma a agência Xinhua (Nova China).
Das 95 pessoas, apenas duas não são monges do mosteiro de Rabgya, que fica na área da cidade onde aconteceu o ataque, completou a agência oficial. Não foi possível saber até o momento quantas pessoas participaram no ataque à delegacia.
A Xinhua citou primeiro mais de 100 e mais tarde mencionou “várias centenas”. Um policial de Rabgya procurado pela AFP não quis comentar os incidentes. De acordo com a agência oficial, os agressores atacaram policiais e funcionários, deixando alguns levemente feridos.
A Xinhua afirma que a multidão foi enganada por boatos sobre a detenção de um homem envolvido na defesa da independência do Tibete. Segundo a agência, que cita a polícia e testemunhas, o homem, identificado como Zhaxi Sangwu, escapou cruzando a nado o rio Amarelo, que atravessa a cidade.
Uma moradora de Rabgya que pediu para não ser identificada por medo de represálias, afirmou à AFP que ouviu que o detido era um monge. “Ouvi que os monges e outras pessoas se reuniram diante da delegacia de polícia ao ouvir que o monge teria cometido suicídio ao se jogar no rio”, explicou. A mulher disse ainda que os militares reforçaram a presença na cidade neste domingo.
“Não saí nem ontem nem hoje porque as pessoas afirma que é melhor ficar em casa”. A maioria dos manifestantes foi dispersada no sábado à tarde.
Trinta abandonaram o protesto na manhã deste domingo.