Os cientistas conseguiram, pela primeira vez, engravidar uma elefanta africana com esperma congelado dum elefante selvagem, mostraram imagens de ultrassom apresentadas pelo Zoológico Schoenbrunn de Viena, esta Terça-feira (14). A ecografia revelou um fecto de elefante de cinco meses com 10,6 centímetros de comprimento, com a sua tromba, patas, rabo, olhos e orelhas claramente identificáveis.
O fecto, que foi examinado em Abril, provavelmente tem agora 20 centímetros de comprimento, disse o zoológico, e deve nascer da elefanta africana de 26 anos Tonga por volta de Agosto de 2013, depois duma gestação de cerca de 630 dias.
No passado, as elefantas foram engravidadas com esperma fresco ou refrigerado num esforço para proteger as espécies ameaçadas de extinção, mas o esperma congelado pode ser transportado para mais longe e permite que a elefanta seja inseminada no seu período mais fértil.
O esperma foi retirado dum elefante selvagem sedado na África do Sul usando electroejaculação no projecto conhecido internamente como “Operação Dumbo Congelado”, disse uma porta-voz do zoológico.
Demorou oito meses para passar pela alfândega a caminho da França devido à falta dum procedimento estabelecido para tais mercadorias.
O projecto foi um esforço conjunto do Zoológico Schoenbrunn, do Instituto Leibniz de Pesquisa Zoológica e de Vida Selvagem de Berlim, do Zoológico Beauval, na França, e do Zoológico de Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Ambas as espécies africanas e asiáticas de elefantes estão em perigo, especialmente a asiática, principalmente devido à caça ilegal de carne e marfim e a destruição dos seus habitats.
Cerca de 2.000 elefantes vivem em zoológicos e calcula-se que mais de 15.000 elefantes asiáticos sejam mantidos em privado, empregados na indústria madeireira ou vivendo em templos.
“Como a sobrevivência dos elefantes no seu habitat natural está sob ameaça, os zoológicos ao redor do mundo estão a esforçar-se para preservá-los”, disse a diretora do Zoológico de Schoenbrunn, Dagmar Schratter.
“A inseminação artificial com o sémen dum elefante selvagem é uma oportunidade para enriquecer o conjunto de genes para a conservação das espécies”, disse ela, acrescentando que havia cinco fêmeas a viverem nos zoológicos para cada macho.