“Homeland” desbancou “Mad Men” e ganhou, na noite de Domingo, o prémio de melhor série dramática do Primetime Emmy, que nesta edição favoreceu a política e as tensões do século 21 em detrimento de programas da época.
“Modern Family”, série da ABC sobre as caóticas vidas de três casais aparentados e seus filhos, ganhou o prémio de melhor série cómica pelo terceiro ano, e também os prémios de direcção e de coadjuvantes (para Eric Stonestreet e Julie Bowen).
“Estoua a rezar para que todo o mundo não se enjoe por nós”, brincou o produtor executivo Steve Levitan. “Homeland”, thriller psicológico sobre um herói da guerra do Iraque que volta aos EUA após ser arregimentado pela Al Qaeda, ganhou o prémio de melhor série dramática após apenas uma temporada a ser exibida no canal a cabo Showtime.
A série levou também os troféus de melhor roteiro e de melhores actores (os protagonistas Claire Danes e Damian Lewis), além de dois prémios técnicos. “Homeland”, apontado como um dos programas favoritos do presidente Barack Obama, acabou com o reinado de “Mad Men”, sobre publicitários da década de 1960, que ficou de mãos vazias.
Foi o maior fracasso na história do Emmy, já que a série tinha 17 indicações. “Homeland” derrotou também “Downton Abbey”, sobre aristocratas e seus criados numa casa de campo inglesa, e “Game of Thrones”, fantasia medieval da HBO.
Esse foi o primeiro ano em que todos os indicados a melhor série dramática estavam na TV paga. Danes, que interpreta uma agente bipolar da CIA num jogo de gato-e-rato contra Lewis, disse acreditar que “Homeland” tenha tido sucesso de público e crítica por não ser moralista nem ostensivamente política.
Segundo ela, o facto de ser visto por Obama “fala sobre a relevância do programa, e dá-ljhe uma enorme validação”. A segunda temporada começa a 30 de Setembro, num episódio que aborda um fictício, mas não impossível, na vida real, ataque israelita a instalações nucleares do Irão.
A política é o tema também doutro programa muito premiado na noite, “Game Change”, sobre a candidatura da republicana Sarah Palin a vice-presidente em 2008, que levou os troféus de melhor minissérie, roteiro, direcção e actriz (Julianne Moore).
Julia Louis-Dreyfus, de “Veep”, série que também tem um viés político, levou o prémio de melhor actriz cómica. Jon Cryer, de “Two and a Half Men”, surpreendeu na categoria de actor cómico. Louis C.K. levou o prémio de roteiro por seu programa “Louie”, e de direcção por seu especial de comédia stand-up.
Kevin Costner, estreante em TV, foi premiado pela minissérie histórica “Hatfields & McCoys”. “The Amazing Race” foi escolhido o melhor reality show, e Tom Bergeron, de “Dancing with the Stars”, foi o melhor apresentador de reality.