Algumas dezenas de viaturas que fazem o transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo “chapa 100”, em algumas rotas da cidade de Maputo fizeram greve nesta quarta-feira(18) para protestar contra alegada extorsão praticada pelas Polícia Municipal e de Trânsito. Na verdade os agentes da autoridade tentam fazer cumprir várias leis que todos os dias são atropeladas pelos “chapeiros”, que só realizam o serviço público de transporte por clara incompetência dos vários Governos do partido Frelimo.
Além da má condução, que tem originado vários acidentes de viação, os “chapas” das rotas Baixa/ Xipamanine – Malhazine /Benfica – Zimpeto circulam com documentação incompleta e também com vidros fumados, aparelhagens sonoras de alta-potencia e até jantes especiais sem o devido averbamento nos livretes.
A greve desta quarta-feira(18) surgiu porque os “chapeiros” cansaram-se de subornar os agentes das autoridades que em vez de fazerem cumprir as leis do Código de Estrada e as posturas municipais têm sido coniventes com as ilegalidades por eles perpetradas.
A atitude dos transportadores de passageiros, que pararam as actividades e estacionaram no bairro Inhagoia, obrigou alguns milhares de munícipes da capital de Moçambique a caminharem a pé face a incapacidade dos transportes públicos municipais de Maputo em cumprirem a sua missão. A existência dos “chapas 100” nas cidades do nosso país são um dos exemplos acabados de que a gestão privada não é resposta adequada para a melhoria de vida de todos os moçambicanos. Os transportes urbanos dignos são um direito que assiste a todos os cidadãos e devem ser providos pelo Estado.