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Putin classifica sanções ocidentais como “estranhas” e fala de retaliação

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou, esta sexta-feira (13), que as novas sanções ocidentais contra o seu país parecem “um pouco estranhas”, dado o seu apoio às iniciativas de paz no leste da Ucrânia, e alertou que está a cogitar novas retaliações.

A União Europeia e os Estados Unidos aprofundaram as punições económicas a Rússia, acusando-a de enviar tropas para apoiarem os separatistas pró-Rússia que combatem as forças do governo ucraniano no leste.

Putin, que vem negando reiteradamente qualquer envolvimento no conflito e já reagiu com a proibição de importações do Ocidente, entre outras medidas, disse que o seu governo está a analisar outras maneiras de contra-atacar.

“No tocante a medidas retaliatórias, o governo está a pensar nelas, mas só aquelas que irão criar melhores condições para nós serão aplicadas”, afirmou ele depois de uma reunião do bloco de segurança Organização de Cooperação de Xangai.

“Não prejudicaremos a nós mesmos”, acrescentou o mandatário em Dushanbe, capital da ex-república soviética do Tajiquistão, na Ásia Central. As economias da Rússia e da Europa estão profundamente interligadas.

Richard Branson, fundador da companhia aérea britânica Virgin Atlantic, disse, esta sexta-feira, que a Rússia seria a maior perdedora se levasse a cabo a sua ameaça de banir empresas aéreas de sobrevoar o seu território.

O agravamento das sanções da UE depara-se com uma oposição crescente de uma série de países do bloco que temem uma retaliação da Rússia, sua maior fornecedora de energia.

A UE afirmou que pode anular algumas ou até todas as sanções dentro de semanas se Moscovo respeitar a frágil trégua na Ucrânia e as outras partes do plano de paz acordado neste mês para pôr fim ao pior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

“No que diz respeito a estas sanções, que entraram em vigor ontem (quinta-feira) ou hoje, elas parecem um pouco estranhas”, afirmou Putin. “Quando a situação ruma para uma resolução pacífica, são adoptadas acções que objectivam interromper o processo de paz”, acrescentou.

As sanções mais recentes atingem as maiores produtoras estatais de petróleo e operadoras de gasodutos, a Rosneft ROSN.MM, a Transneft TRNF_p.MM e a Gazprom Neft SIBN.MM, limitando sua capacidade de obter capital nos mercados europeus.

“Há muito tempo estamos convencidos de que sanções como instrumento de política externa são ineficazes e quase nunca dão o resultado esperado – nem em relação a países pequenos. É claro que uma política de sanções inflige certo dano, inclusive naqueles que as aplicam”, afirmou Putin.

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