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Protesto em embaixada argelina no Cairo deixa 35 feridos

Trinta e cinco pessoas, entre as quais pelo menos 11 policiais egípcios, foram feridos nesta sexta-feira durante uma manifestação diante da embaixada da Argélia no Cairo, dois dias depois da classificação deste país à Copa de 2010 e da consequente eliminação do Egito, anunciaram as autoridades egípcias.

Os manifestantes egípcios atiraram pedras e coqueteis molotov nos policiais que protegiam a embaixada, ferindo 11 agentes, informou o ministério do Interior em comunicado. Horas depois, o ministério publicou um novo balanço de 35 feridos, entre eles pelo menos 11 policiais. Quinze carros estacionados nos arredores foram danificados, assim como quatro lojas, destacou a mesma fonte. “Deveríamos tratar a Argélia como um país que nos declarou a guerra”, insurgiu-se um manifestante, o estudante Amr Higazi, pedindo a expulsão do embaixador argelino, Abdelkader Hadjar.

Na tarde desta sexta-feira, a polícia bloqueou o acesso às ruas que levam à embaixada, localizada no bairro rico de Zamalek, e repeliu cerca de 30 manifestantes que pisoteavam e queimavam bandeiras argelinas. O protesto diante da representação argelina começou na noite de ontem (quinta-feira), quando 150 pessoas queimaram bandeiras da Argélia e gritaram slogans hostis a este país, que derrotou o Egito por 1-0 quarta-feira no Sudão e classificou-se para o próximo Mundial.

Os manifestantes denunciaram as supostas agressões de torcedores egípcios por argelinos em Cartum, local do jogo de quarta. Segundo as autoridades sudanesas, quatro pessoas foram feridas depois da partida. Já o ministro egípcio da Saúde, Hatem el-Gabali, mencionou 21 feridos leves. A imprensa egípcia chegou a anunciar que pelo menos um torcedor tinha morrido nos confrontos, uma informação desmentida pela diplomacia egípcia.

As tensões entre Cairo e Argel por causa do futebol desembocaram numa crise diplomática, com o embaixador egípcio na Argélia sendo chamado “para consultas”. O Egito também convocou o embaixador argelino no Cairo, depois de várias empresas egípcias terem sido vandalizadas por torcedores enfurecidos na Argélia. Os ataques foram perpetrados poucos dias depois do apedrejamento no Cairo do autocarro da seleção argelina.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, lançou nesta sexta-feira um apelo à calma. “Peço à rua árabe que volte a calma e a razão. O caso tem que voltar a sua justa proporção, e tanto os egípcios como os argelinos são árabes”, declarou Moussa à AFP. “O que aconteceu é lamentável. Esta explosão de raiva nestas duas grandes nações árabes tem que parar”, acrescentou o líder da Liga Árabe, na abertura de uma reunião do Fórum Econômico Mundial em Dubai.

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