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Proprietários das lojas estimulam mendicidade em Moçambique

O problema da mendicidade, que tende a rebentar pelas costuras no país, continua a ser tratado com dedos acusadores, ao invés de se buscar soluções para sua atenuação. Desta vez, os proprietários das lojas são tidos como os que estimulam tal fenómeno, defendem, em uníssono, alguns participantes da Conferência Nacional sobre Pessoas Idosa que decorre em Maputo.

Basílio Chipiringo, 62 anos de idade, é idoso oriundo da província de Tete. Veio a capital do país participar do Conferencia. Conta que na sua província estão a aumentar os acasos de idosos que expõem à mendicidade.

“A culpa é dos proprietários das lojas. Eles é que continuam a oferecer alimentos aos idosos, como gesto de solidariedade, o quem para mim é um gozo à nossa pobreza”.

Entretanto, considera que o fenómeno de mão estendida se agrava quando o idoso é isolado pela família e submetido a alegados maus tratos pelos próprios filhos e os acusam de feitiçaria.

Chipiringo suspeita que um número considerável de idosos que pululam pelas ruas possam ter condições para sobreviver, mas não conseguem porque o Governo demora canalizar as suas pensões por causa da burocracia excessiva instalada nas administrações públicas. “Como recurso de sobrevivência recorrem à esmola”.

Matola Agibo, 64 anos de idade, é natural da cidade de Lichinga, capital da província do Niassa. Entende que “alguns proprietários das lojas se consideram verdadeiros deuses dos homens. Pensam que podem salvar os idosos oferecendo-lhe esmola. Por isso a esmola é preocupante em todo o lado”.

Num outro desenvolvimento, Agibo disse que a pobreza contribui sobremaneira na exposição da pessoa da terceira idade à mendicidade, “mas se a pensão de velhice fosse devidamente da disponibilizada iríamos atenuar a fome”.

Alberto Vasco, é natural de Inhambane, no município de Morrumbene. Tem 73 anos de idade. Não esconde a sua insatisfação perante a crescente aglomeração de idosos nas ruas daquela autarquia. Ele pensa que o que propicia o fenómeno é o abandono pelas famílias. O governo local, acrescentou, não tem sabido operacionalizar as políticas de protecção da pessoa da terceira idade.

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