Os professores do distrito de Inhassunge na província da Zambézia, dizem que estão cansados de receberem dinheiro nas mãos dos responsáveis com cheios de descontos que nem eles próprios não entendem. Estes vão mais longe ao afirmarem que, se fossem apenas descontos, mas mesmo assim, o dinheiro chega atrasado.
Por exemplo, o salário deste mês de Abril, so poderá sair nos meados de Maio ou mesmo princípio de Junho. Quando procuram saber dos responsáveis, estes sempre alegam que tudo demora na direcção provincial das Finanças, em Quelimane. Como solução, aqueles funcionários do sector de educação em Inhassunge, dizem que preferem receber via banco, para saírem destes descontos que eles não sabem donde vem e para que servem. Esta inquietação foi manifestada na presença do governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, que esteve de visita a aquele distrito na última semana.
Na ocasião, aqueles funcionários disseram ainda que muitos deles quando perguntam aos responsáveis que velam pelo sector sobre estes descontos, estes alegam que são normas que o Estado moçambicano estatuiu, dai que nada de reclamações. Segundo ainda afirmaram, aqueles que perguntam com detalhes, são postos longe da vila como punição, um acto que já levou a que muitos professores rescindissem os seus contratos e voltassem as zonas de proveniência. E não so, aqueles professores denunciaram casos de alguns responsáveis que dão horários extras para depois cobrar comissões como forma de gratificar que cedeu mais tempo de aulas. “Aqui há pessoas que dão horários em troca de dinheiro no fim do mês”- disseram os professores ao governador Itai Meque.
Chefe dos Recursos Humanos na berlinda
Entretanto, não é apenas o problema de salários que afecta os professores de Inhassunge. Há também casos de falta de progressão nas carreiras, não pagamento de subsídios de morte, não mudança de categorias, entre outros. Tudo isto foi levantado num comício popular orientado pelo governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, que esteve de visita a aquele distrito na última semana.
Segundo o nosso colaborador que esteve presente no comício, cansados de passar por estas situações, os professores acusam o seu chefe dos recursos humanos, afecto aos Serviços Distritais de Educação Juventude e Tecnologia (SDEJT), que conhecemos apenas por Manai, como sendo o protagonista destas situações, razão pela qual, os professores não querem saber do seu chefe. Abílio Issa, diz ser irmão de um professor que perdeu a vida há mais de seis meses. Mas de lá para cá, a procura do subsídio de morte a que tem direito não tem sido fácil. Issa, disse ao nosso jornal que sempre que quer falar com o chefe dos recursos humanos, este inventa saídas ou mesmo trabalho só para não lhe atender.
“Não consigo falar com o chefe dos recursos humanos, por favor peco ajuda”- clamou a fonte na presença do governador da província. Num outro desenvolvimento, a fonte disse que a família do seu irmão, já não acredita nele, pensando que este terá levantado o valor referente ao subsídio de morte e dai ter gasto. “Já não tenho paz na família, como eu é que estou enfrente deste processo, pensam que levantei o valor e gastei”- sublinhou a fonte, para depois sublinhar que “tratei todos documentos exigidos, mas nem com isso”-finalizou.
Governador promete resolver os casos
Depois de ouvir as inquietações dos professores naquele comício popular, o Governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, diz que uma equipa do seu executivo vai estudar o caso e dai terá solução. Na ocasião, Itai Meque, disse que se provar que estas situações são verdadeiras, ai sim, o governo poderá tomar medidas para corrigir a situação. Refira-se que a questão de progressão de carreiras e mudança de categorias, tem sido levantada em todos encontros que os dirigentes deste país, tem tido com funcionários públicos, neste caso específico, os professores. Mas até agora, tudo na mesma.