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Professores impedidos de estudar por desorganização do governo de Nampula

Pelo menos 101 professores de diferentes escolas públicas da cidade de Nampula, que pretendiam continuar os seus estudos em 2016, perderam o acesso a bolsas de estudo devido à negligência dos funcionários do governo local, facto que impediu o encaminhamento dos documentos dos lesados para as entidades que deviam proceder à triagem dos mesmos de acordo com a observância dos requisitos estabelecidos.

Os visados deviam continuar os estudos na Universidade Pedagógica (PU), segundo um concurso lançado para o efeito. Do total dos 106 candidatos que já tinham sido preliminarmente apurados para as bolsas de estudo em alusão, apenas cinco poderão concretizar o sonho de aumentar os seus conhecimentos em virtude de os seus documentos terem sido tramitados dentro do período estipulado.

O @Verdade apurou que os processos foram engavetados num esquema que envolve o chefe do gabinete do governo de Nampula e o secretário permanente.

Aliás, os cinco pedagogos que conseguiram o aval para os estudos, apercebendo-se da desorganização e demora que estavam envoltos ao processo de selecção de candidaturas, num acto de ousadia contornaram a tudo e todos e entregaram, pessoalmente, os seus documentos ao administrador, Alfredo Matata. Este, por sua vez, emitiu um parecer favorável para que os expedientes seguissem para as entidades competentes.

“Entregámos a tempo todo o expediente exigido para o acesso às bolsas, mas ficámos surpreendidos com a convocação de uma reunião no dia 24 de Dezembro”, na qual “fomos informados de que não teríamos as bolsas por entrada tardia dos documentos na Direcção Provincial de Educação”, disse um dos docentes agastado coma situação.

Apurámos ainda que, como forma de evitar ser acusado de incompetência e responsabilizado pelo “prejuízo” que afecta os professores, o director provincial de Educação recusou receber os processos que lhe foram entregues fora do prazo previamente determinado.

Por seu turno, o administrador do distrito de Nampula, Alfredo Matata, confirmou ao @Verdade que houve negligência na tramitação deste processo e decorre uma investigação com vista a apurar os autores desta “bandalheira”.

De acordo com a fonte, os documentos foram encontrados engavetados na sala chefe do gabinete do governo distrital por motivações ainda não apuradas. O expediente devia ter sido submetido até 15 de Novembro passado, “mas só em finais do mesmo mês é que deram entrada no meu gabinete para o respectivo parecer e encaminhamento à Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano. Foi tarde, razão pela qual o director recusou a receber. Reunimos com os colegas e descobrimos que os mesmos estavam engavetados”, disse Alfredo Matata.

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