Os professores afectos a vários estabelecimentos de ensino na cidade de Nacala-Porto, na província de Nampula, exigem do governo a assistência médica e medicamentosa, um direito de que não gozam, apesar dos descontos directos nos seus ordenados para o efeito.
De acordo com os docentes, a inquietação surge pelo facto de sempre que se dirigem às farmácias públicas e apresentarem as cadernetas que deviam lhes garantir o acesso aos medicamentos que necessitam, nunca dispõe de parte dos medicamentos prescritos. E recorrem às farmácias privadas, onde os fármacos são vendidos a preços proibitivos, a avaliar pelo rendimento desta classe de profissionais.
Entretanto, os docentes gostariam de saber que destino é dado ao valor referente aos descontos nos seus salários, uma vez que não usufruem do direito para o qual foi e é deduzido. Garcia Ibraimo, docente e membro da Organização Nacional dos Professores (ONP) em Nacala, disse que a reclamação é quase generalizada e pedagogos exigem do governo medidas concretas para o problema. Caso não haja solução, que sejam cancelados descontos em curso.
Rogério Arlindo, professor em exercício, há dez anos, no distrito de Nacala, disse que o governo de Nacala não está a fazer nada para melhorar a vida do professor, principalmente no que tange a assistência médica e medicamentosa.
Arlindo afirmou que desde que entrou para o sector da Educação não guarda boas recordações em relação à provisão de medicamentos. Aliás, para além da assistência médica e medicamentosa, ele indicou que as progressões nas carreiras e nomeações na Função Pública são outros problemas que apoquentam classe de profissionais. “Estou na Educação há mais de dez anos mas ainda continuo como contratado”.
Reagindo a estas inquietações, António Pilale, administrador do distrito de Nacala-Porto, reconheceu que as reclamações apresentadas pelos professores são legítimas e prometeu encontrar uma solução junto das entidades do sector da Saúde.
Sem avançar números, Pilale prometeu que ainda este ano alguns professores de Nacala-Porto terão progressões e nomeações, para além de bolsas de estudo. Um processo nesse sentido está em curso. Os atrasos sistemáticos no pagamento de salários e de horas extras engrossam a lista das inquietações dos professores naquele ponto do país.