Produtores de algodão do sector familiar nos distritos de Lalaua e Ribáuè beneficiam de fortes incentivos, que consistem na isenção dos custos com o processo de lavoura de terras e na aquisição de produtos para o tratamento fitossanitário da cultura.
Com esta estratégia, a OLAM Moçambique, concessionária do ramo nesta parcela, pretende, fundamentalmente, incrementar os volumes de produção do chamado “ouro branco” e ajudar os camponeses a melhorar a sua renda familiar.
O director da concessionária, Rohit Chantuani, acredita que os volumes de produção de algodão caroço poderão atingir as 21 mil toneladas até à campanha agrícola 2011/2012 contra cerca de oito mil toneladas da última safra, tendo acrescentado que a motivação do produtor exerce um papel de destaque no processo produtivo.
Os produtores de algodão que mostrarem interesse em trabalhar uma área igual ou superior a cinco hectares têm assegurados, a título gratuíto, tractores para lavoura das suas terras e cinco tratamentos fitossanitários que a cultura exige porque julgamos que eles estarão efectivamente empenhados no seu trabalho, disse a fonte, acrescentando que os líderes comunitários que mais se evidenciarem na mobilização das comunidades para a prática do algodão terão direito a uma motorizada como recompensa do seu esforço.
O nosso informador sublinhou que as medidas adoptadas pela OLAM Moçambique visam, sobretudo resgatar no seio das comunidades o interesse pela prática da cultura do algodão que estava em risco de abandono devido a vários factores, particularmente aos preços fixados pelo governo para a sua comercialização, que os produtores consideram baixo.
Como forma de contornar esse factor, os produtores viraram a sua atenção para culturas de maior rendimento nos últimos tempos, como são os casos do gergelim, amendoim e tabaco, cujos preços praticados na sua comercialização rondam entre os 35 e 40 meticais o quilograma, contra dez meticais que é vendido o chamado “ouro branco”.
É desta forma que foi decidido valorizar o esforço dos produtores que tenham atingido os três hectares de terra preparada para o cultivo de algodão com a redução, em cinquenta por cento, do custo global relativamente ao tratamento fitossanitário.
E, adicionalmente, adquirir a nova variedade de semente de algodão cujo rendimento por hectare estima-se em uma tonelada contra cerca de 500 quilogramas actualmente colhidos. A semente, que foi adquirida no vizinho Zimbabué, está a ser multiplicada localmente com apoio da Escola Agrária de Ribáuè, segundo dados em nosso poder.
Para a presente safra agrícola, a OLAM vai trabalhar com cerca de 13 mil produtores nos dois distritos, os quais vão contar com apoio técnico daquela multinacional para a produção de culturas alimentares em consorciação com o algodão, visando afastar a insegurança alimentar.