A produção global da economia moçambicana registou um crescimento na ordem de sete por cento no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, apesar das exportações terem registado uma queda na ordem de 36 por cento.
Estes dados, que são resultado do balanço preliminar do Plano Económico e Social (PES) do Executivo, no primeiro semestre deste ano, foram revelados a imprensa na última Terça-feira, em Maputo, pelo porta-voz do Governo moçambicano, Luís Covane. Dados do Governo referem que no primeiro trimestre deste ano, as exportações atingiram 348 milhões de Dólares Norte-americanos (USD).
Estes valores representam uma queda de cerca de 35 por cento em comparação a igual período do ano passado, onde as exportações atingiram 543,1 milhões USD. A queda do volume de exportações está associada à crise financeira global que retraiu o mercado de produtos como camarão, algodão, madeira, entre outros que constituem bens de exportação de Moçambique.
De acordo com Covane, o sector da agricultura destacou-se, no período em análise, com um crescimento de oito por cento. No igual período do ano passado, este sector registou um crescimento negativo devido a ocorrência de desastres naturais, como ventos fortes, cheias e secas, que resultaram na perda de culturas diversas. Nesse período, o sector da agricultura registou um abrandamento na sua produção juntamente com o dos transportes e comunicações, bem como o da indústria transformadora e de produção eléctrica, contribuindo, deste modo, para a queda do crescimento económico previsto pelo governo para aquele período.
Segundo Covane, o balanço do PES de 2009 revela que a comercialização agrícola também cresceu na ordem de 9,4 por cento. De sublinhar que a questão da comercialização constitui um dos maiores constrangimentos na cadeia de produção agrícola em Moçambique, afectando os produtores nacionais, que muitas vezes vêm os seus produtos se perderem devido à falta de condições de escoamento.
Para o presente ano, o Governo prevê um crescimento económico na ordem de 6,7 por cento. Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresenta previsões de crescimento muito mais baixas que as perspectivadas pelo executivo moçambicano, devido à crise financeira global. Assim, o FMI prevê um crescimento económico de 4,3 por cento, um cenário que poderá começar a mudar a partir do próximo ano.